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O pior cego é aquele que não quer ver

Por Hely Beltrão

11/09/2025 06h44 Atualizada há 3 horas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Victor Piemonte/STF
Victor Piemonte/STF

O voto do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux, no julgamento do núcleo 1 da trama golpista, pegou muita gente de surpresa. Em um voto de mais de 12 horas, Fux votou por absolver o ex-presidente Bolsonaro (PL) e condenar os generais Braga Netto, Augusto Heleno e o tenente coronel Mauro Cid.

Segundo ministros do STF que falaram em condição de anônimato à jornalista Daniela Lima, nova contratada do UOL, o voto causou estranheza, uma vez que Fux votou a favor da admissibilidade do processo e pela condenação de mais de mil pessoas que participaram dos atos do 8 de janeiro, juristas ouvidos por outros veículos de imprensa, apontaram a incoerência do voto com o seu passado. Porém, com base em alguns fatos sabidamente expostos na imprensa, eu digo, conforme título deste artigo, que o pior cego é aquele que não quer ver, que ele sempre mostrou seu verdadeiro lado e que nunca enganou ninguém.

Quando o ex-presidente ainda estava no poder, Fux, em uma das sessões do STF disse: "Bolsonaro é um cara bem intencionado". Antes disso, lembram das mensagens obtidas pelo hacker Walter Delgatti Netto, que exporam o conluio entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores para combinar as sentenças? 

 

Eu sei que as mensagens foram obtidas de forma ilegal e não servem para processar ninguém, porém de acordo com a lei brasileira, podem servir de base para novas investigações, sendo estas periciadas pela Polícia Federal, através da Operação Spoofing, que confirmou a autenticidade destas. Deltan, que sempre negou a existência das mensagens, fez uma postagem no mínimo curiosa em sua rede social. Para um bom entendedor, meia palavra basta e uma vírgula é letra.

Outra evidência a respeito, é que o ministro sempre tentou descredibilizar a delação de Mauro Cid, lembrando que de acordo com  a Lei 13.964, a delação premiada serve como meio de obtenção de provas, ou seja, não é só falar, mas apresentar provas daquilo que se diz, e caso seja comprovado que o delator estava mentindo, este pode perder os benefícios do acordo, mas a delação é mantida.

Fux, em julho deste ano, abriu divergência contra o ministro Alexandre de Moraes, no julgamento da ação que impunha medidas restritivas ao ex-presidente, que não poderia ter entrevistas publicadas nas redes sociais, alegando que estaria se abrindo ali, possível violação à cláusula pétrea da Constituição que garante a liberdade de expressão e de imprensa. Porém, o ministro não pensou duas vezes antes de proibir Lula (PT) de conceder entrevista quando este estava preso em 2018, alegando que Lula poderia causar "desinformação" na véspera das eleições.

O ministro Luiz Fux, mesmo sendo um membro do Judiciário, é um cidadão como qualquer outro e tem garantido pela Constituição, o direito à manifestação política, claro, fora de sua função. Porém, como já reiterado, as coisas sempre estiveram bem claras, mas como diz o título deste artigo, o pior cego é aquele que não quer ver.

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