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CONVERSA COM MEU IRMÃO ASSIS (In memorian)

Por Carlos Alberto Professor, Radialista e Mestre de Cerimônias

15/06/2025 08h27 Atualizada há 4 semanas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
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Olá, família abençoada! 

Como quem acorda de um sonho e descobre que a realidade é outra; após a partida do nosso querido Assis, após acompanhar à distância e pelos “olhos” e relatos do mano Luiz, as últimas informações da vida de Assis e, posterior, o ritual do funeral e enterro nesta sexta-feira, (13) imaginei, inicialmente, escrever uma carta, mas pensei que Assis não a leria. 

E não a leria, não porque não ia dar a atenção devida, ou porque não poderia pedir a alguém que o fizesse, mas porque a ele [Assis] - por motivos diversos e que não vamos relatar aqui -, não lhe foi proporcionada essa dádiva: a leitura. Assim, resolvi “apenas” bater um papo com ele (In memorian). Sim. Bater um papo, apesar de alguém “ousar” questionar: “Como bater um papo com Assis, se ele não era de muita conversa?” 

Eu responderia: ele “não era de muita conversa” se o assunto, a prosa [...] não lhe interessasse. Se lhe despertasse interesse, lá estaria ele, dando sua opinião, com calma e bem explicado. E se o assunto fosse POLÍTICA, especialmente, a política de/em Oeiras - PI [...], aí era prato cheio pra ele. Não é verdade, família? Ao bate papo chamei de CONVERSA COM MEU IRMÃO ASSIS, e compartilho com vocês. Leiam quando puder.

Antes, porém, é preciso (re)lembrar do sonho que tive conversando com dona Maria da Silva Santos - nossa mãe - conhecida carinhosamente como Bembém. Ou seja, nossa mãezinha, lá do Céu, parecia ter vindo dizer, em sonho, que “Ia levar o Assis pra junto dela, de Raimundim Corria, 'nosso pai' e de ‘Zé’ Edmilson, 'nosso irmão'", como quem queria livrá-lo de tamanho sofrimento por aqui. E assim o fez nesta sexta-feira, 13. Vamos à conversa...

Carlos: Mano?

Assis: O que é ... menino?

Carlos: Vamos conversar um pouco?

Assis: Conversar o quê?

Carlos: É que esta sexta-feira, 13, amanheceu e anoiteceu mais quieta do que de costume. Acho que é porque você não está mais aqui. E o aumento do silêncio, agora parece ter o som da tua ausência.

Assis: Mano, eu sempre gostei do silêncio. Ele diz muito, sem precisar explicar muita coisa.

Carlos: Eu sei. É verdade. Você falava pouco, mas quando dizia algo, era como se fosse direto ao ponto, sem rodeios. Era sincero e cuidadoso com as palavras.

Assis: Às vezes, só olhar já bastava, né? Eu nunca fui de discursos, como você, mano. Preferia estar perto, em vez de falar que estava.

Carlos: É… e agora que você se foi, percebemos o quanto esse teu jeito fazia falta mesmo antes de faltar. Ao seu modo, você nunca precisou dizer que amava alguém - a tua presença e, em muitos casos, o teu silêncio, já diziam por você.

Assis: Mano, tem gente que marca com palavras. Eu sempre preferi marcar com presença. Silenciosa, mas firme.

Carlos: A casa de mãe e o seu ‘quartinho’ ao lado parecem guardar seus passos. Terá hora em que vai parecer que escutamos sues passos, sua respiração, seu jeito, sua quietude...

Assis: E estou, viu? Em paz. Mas não deixei de sentir. De lembrar. De querer estar com vocês, mesmo daqui.

Carlos: Queremos te agradecer. Pela pessoa que foi. Pelo filho, irmão, tio, primo, sobrinho [...] Por tua amizade, pelo teu olhar sincero que dizia mais do que muitos livros. Por ter sido meu/nosso irmão. Por ser uma pessoa que, mesmo nos silêncios, dizia muito.

Assis: Mano, eu levo comigo cada lembrança boa. Guardarei o som das vozes da família e dos amigos(as). E sei que deixo em vocês um pouco do meu jeito calado, pra quando a saudade apertar.

Carlos: Tenha certeza, mano, que a saudade apertará, sabe? De um jeito que só quem amou de verdade entende. Mas, junto com a dor, todos(as) nós - irmãos/irmã, sobrinhos(as), tios(as), primos(as), enfim, temos orgulho por ter dividido o mundo, por um tempo (o Tempo de DEUS), com alguém como você.

Assis: Fui. Já conversei demais hoje. Vou ao encontro dos nossos pais e do mano ‘Zé’ Edmilson. A gente se encontra, um dia. E até lá... Lembrem-se: escutem o silêncio. É onde ainda conversarei com vocês.
 
Carlos: Até...

Feira de Santana-Bahia, sexta-feira, 13 de junho de 2025 (DIA DE SANTO ANTÔNIO).

2 comentários
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Adauberon de Morais Há 4 semanas Oeiras Piauí Descansou na paz, nosso querido amigo Presidente Assis
Danilo Weber Há 4 semanas Feira - BaDeus conforte seu coração e de toda familia! Ele estará sempre por perto de vcs.
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