Quando se fala em defesa de uma nação, logo vem à mente as Forças Armadas, representadas pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, além dos departamentos e congêneres de informações e inteligência. Essa realidade pode ter suas peculiaridades em diferentes espaços geográficos do mundo. Sim! As Forças Armadas cumprem o papel de defender o território nacional de ameaças externas e de manter a ordem interna e a defesa das instituições. Dentre as suas atribuições está a defesa das fronteiras, de toda a costa e mares do território nacional, além do espaço aéreo.
Bem, mas tem um outro segmento de defesa de uma nação, que não se alicerça em armas (eventualmente apoio), tanques, arsenal bélico, recursos atômicos, navios, porta-aviões, submarinos e demais recursos bélicos. Refiro-me a Defesa Vegetal e Animal. Esta, diferentemente de generais e de toda uma hierarquia de patentes, tem em seus quadros profissionais qualificados, da área da agronomia, veterinária, biologia, zootecnia e outras formações correlatas e pertinentes às atividades, com formação específica em seus diversos níveis para atuação na área de pesquisa, extensão e práticas de vigilância e inspeção animal e vegetal.
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Da atuação desses abnegados profissionais, depende a produção, comercialização (interna e externa) e o abastecimento de um país. Sim” Depende, e, de uma forma, que reflete em toda a economia nacional. O abastecimento interno e as exportações de produtos animais e vegetais dependem diretamente da atuação desses profissionais, responsáveis, também, pela qualidade e sanidade extensivos a uma infinidade de derivados industrializados e semi-processados.
Todo este preâmbulo é para que a população, em especial, os governantes despertem para a importância desses profissionais enquanto “funcionários públicos”, que, intencionalmente ou não, são desqualificados diretamente, em parte, pela imprensa, e por empresários da iniciativa privada e mesmo por um segmento da população que desconhece ou finge desconhecer o quanto os funcionários públicos são necessários, valiosos e imprescindíveis ao país. Em muitos casos, lamentavelmente, tais profissionais só são reconhecidos quando pragas ou doenças, como a que impacta a economia do país no momento - a gripe aviária - recentemente detectada em granjas do Rio Grande Sul e com suspeita de ocorrência em outros estados, afetando o mercado e o bolso do empresariado.
Países de diferentes partes do mundo já suspenderam as importações de carnes de frango e ovos do Brasil. Impacto econômico? Fortíssimo. Não só no volume exportado e nos recursos que deixam de entrar no país. Isso de imediato no segmento avícola, mas acende a luz de alerta em outros segmentos da produção de proteína animal. Internamente, toda a cadeia produtiva sofre os impactos, aves são abatidas e incineradas, ovos destruídos, barreiras sanitárias reforçadas, granjas interditadas.
Num primeiro momento, o cenário indica que parte do que deixou de ser exportado é colocada no mercado interno. Prevê-se uma queda nos preços decorrentes do volume da oferta de aves e seus diversos produtos derivados. Esse excesso de oferta vai impactar também o mercado de outas proteínas como a carne bovina e suína. A depender do tempo para erradicar focos da doença, e do retorno da estabilidade do mercado externo, toda a cadeia produtiva pode ser afetada.
Diante da situação, ficam as perguntas para reflexão. Há reconhecimento da importância da classe dos profissionais da defesa animal e vegetal no Brasil? Ou estes profissionais são relegados a um tratamento não condizente a todo o funcionalismo público? Refiro-me não só em relação a salário, mas capacitação, condições de trabalho e reconhecimento. É o mínimo que a classe de profissionais - funcionários públicos - da defesa vegetal e animal exige de dirigentes, governantes, autoridades competentes.
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