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Feira de Santana Chuvas

"Não podemos tratar esse problema de forma amadora", diz engenheiro civil sobre danos causados pelas chuvas em Feira de Santana

Chuvas do último fim de semana

31/01/2024 10h51 Atualizada há 1 ano
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Luiz Santos
Luiz Santos

Após as chuvas ocorridas em Feira de Santana no último fim de semana, que prejudicou não somente a população pobre, mas também condomínios de classe média, muito tem se questionado a respeito da culpa do poder público, das construtoras ou em alguns casos, da população que joga lixo nas ruas. Mas afinal de contas, qual seria a solução, para evitar que episódios como este ocorram novamente?

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Em entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, concedida na terça (30), o engenheiro civil, Danilo Ferreira, que já defendeu a demolição de viadutos construídos pela Prefeitura em agosto do ano passado, por entender que são um problema para o fluxo urbano, apontou algumas ações que podem ser adotadas pelo poder público municipal para solução dos males ocasionados pela chuva na cidade.

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"A cidade cresceu muito rápido e de modo desordenado, observamos por exemplo que a região do SIM e do Papagaio há 10 anos, não tinha nada e outras regiões que são habitadas há mais tempo também sofrem com essa situação, como Feira X, Feira VII, Parque Ipê, entre outros lugares. Esse é um problema de planejamento, engenharia e gestão. O que fazer diante dessa situação? Primeiro, precisa mapear com tecnologia, usando drones e outras estratégias para que se possa elaborar um projeto macro com o intuito de resolver o problema grave da cidade, ninguém quer ter sua casa levada pela enxurrada ou perde todos os seus móveis, mas, precisamos em lugares como esse, como o Feira X por exemplo, ter um reservatório que possa acumular essa água de modo que possa canalizar para um outro destino, com bombas, etc., isso envolve engenharia e tecnologia, mas, precisa ter um diagnóstico da cidade que está sofrendo com chuvas recorrentes, chuvas muito fortes que ocorrem a cada 50 anos, mas o município precisa estar preparado para isso, a exemplo de condomínios, a situação de um condomínio no bairro Papagaio, o condomínio Lagune Ville, a lagoa existente dentro do condomínio faz parte do fluxo das águas das chuvas que estão atrás do condomínio, a água precisa daquele caminho de dentro do condomínio para se deslocar a bacia do Pojuca, na época da construção, a Prefeitura não fez o devido olhar do ponto de vista ecológico".

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Ações a curto prazo

"Um problema como esse não tem como fazer gambiarra, infelizmente a cidade de Feira de Santana é feita de improvisos, a exemplo da situação do BRT (Bus Rapid Transit) que está se arrastando há muitos anos, não dá para aceitar improvisos quando se trata da vida humana, dos bens particulares e da condição de vida das pessoas, portanto, é preciso que a Prefeitura faça o seu dever de casa. Somente será possível mensurar a situação da cidade se tiver o diagnóstico, se perguntarmos hoje ao poder público municipal esse diagnóstico, ele não terá, não sabem o valor do investimento, qual o tamanho das manilhas e dimensionamento de nada, portanto, até para pedir ajuda para os entes estadual e federal, aproveitar que o governador está se colocando à disposição. É preciso de forma emergencial, fazer um grande projeto de drenagem urbana para o município, construir uma estratégia de engenharia que resolva em definitivo os problemas de Feira de Santana, não dá mais para conviver com o improviso em Feira de Santana. Para se ter ideia, Feira tem 1.304,425 km², São Paulo 1.521,110 km², quase a área da cidade de São Paulo, por isso é surreal tratarmos isso de forma amadora".

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Reportagem: Berinaldo Cazumbá e Hely Beltrão

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