Após as chuvas ocorridas em Feira de Santana no último fim de semana, que prejudicou não somente a população pobre, mas também condomínios de classe média, muito tem se questionado a respeito da culpa do poder público, das construtoras ou em alguns casos, da população que joga lixo nas ruas. Mas afinal de contas, qual seria a solução, para evitar que episódios como este ocorram novamente?
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Em entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, concedida na terça (30), o engenheiro civil, Danilo Ferreira, que já defendeu a demolição de viadutos construídos pela Prefeitura em agosto do ano passado, por entender que são um problema para o fluxo urbano, apontou algumas ações que podem ser adotadas pelo poder público municipal para solução dos males ocasionados pela chuva na cidade.
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"A cidade cresceu muito rápido e de modo desordenado, observamos por exemplo que a região do SIM e do Papagaio há 10 anos, não tinha nada e outras regiões que são habitadas há mais tempo também sofrem com essa situação, como Feira X, Feira VII, Parque Ipê, entre outros lugares. Esse é um problema de planejamento, engenharia e gestão. O que fazer diante dessa situação? Primeiro, precisa mapear com tecnologia, usando drones e outras estratégias para que se possa elaborar um projeto macro com o intuito de resolver o problema grave da cidade, ninguém quer ter sua casa levada pela enxurrada ou perde todos os seus móveis, mas, precisamos em lugares como esse, como o Feira X por exemplo, ter um reservatório que possa acumular essa água de modo que possa canalizar para um outro destino, com bombas, etc., isso envolve engenharia e tecnologia, mas, precisa ter um diagnóstico da cidade que está sofrendo com chuvas recorrentes, chuvas muito fortes que ocorrem a cada 50 anos, mas o município precisa estar preparado para isso, a exemplo de condomínios, a situação de um condomínio no bairro Papagaio, o condomínio Lagune Ville, a lagoa existente dentro do condomínio faz parte do fluxo das águas das chuvas que estão atrás do condomínio, a água precisa daquele caminho de dentro do condomínio para se deslocar a bacia do Pojuca, na época da construção, a Prefeitura não fez o devido olhar do ponto de vista ecológico".
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Ações a curto prazo
"Um problema como esse não tem como fazer gambiarra, infelizmente a cidade de Feira de Santana é feita de improvisos, a exemplo da situação do BRT (Bus Rapid Transit) que está se arrastando há muitos anos, não dá para aceitar improvisos quando se trata da vida humana, dos bens particulares e da condição de vida das pessoas, portanto, é preciso que a Prefeitura faça o seu dever de casa. Somente será possível mensurar a situação da cidade se tiver o diagnóstico, se perguntarmos hoje ao poder público municipal esse diagnóstico, ele não terá, não sabem o valor do investimento, qual o tamanho das manilhas e dimensionamento de nada, portanto, até para pedir ajuda para os entes estadual e federal, aproveitar que o governador está se colocando à disposição. É preciso de forma emergencial, fazer um grande projeto de drenagem urbana para o município, construir uma estratégia de engenharia que resolva em definitivo os problemas de Feira de Santana, não dá mais para conviver com o improviso em Feira de Santana. Para se ter ideia, Feira tem 1.304,425 km², São Paulo 1.521,110 km², quase a área da cidade de São Paulo, por isso é surreal tratarmos isso de forma amadora".
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Reportagem: Berinaldo Cazumbá e Hely Beltrão
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