Sexta, 19 de Abril de 2024
(75) 99168-0053
Artigo Quando um não quer

Quando um não quer dois não brigam

Por Luiz Santos

10/09/2021 07h06 Atualizada há 2 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Foto reprodução Redes Sociais
Foto reprodução Redes Sociais

 

Começo este artigo lembrando a fala desastrosa de Sua Excelência o presidente da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). Ao discursar diante de apoiadores na terça-feira, 7 de setembro, discurso que por sinal ficará registrado para sempre na história do Brasil, entre outras, Bolsonaro chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de “canalha”, e disse que não mais cumpriria nenhuma decisão judicial vinda do magistrado.  

48 horas depois, nesta quinta-feira, 9, Bolsonaro divulgou uma ‘nota à nação’ na qual declarou que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. Estendeu a bandeira branca, despiu-se da vaidade, revestiu-se de humildade e pediu desculpas pelo que fez. Cumpriu, portanto, aquela máxima que diz “quando um não quer dois não brigam”. Senão, poderá ter sido uma outra máxima que diz “quem tem, tem medo”. 

Seja como for o presidente Bolsonaro quando se viu acuado pelas forças jurídicas que “pretendiam”, inclusive, caçar uma possível candidatura sua à reeleição em 2022, e diante da reação de políticos das mais diversas correntes criticando abertamente seu comportamento, o líder da nação brasileira, ao que parece, recuou em tempo. Resta saber se esse recuo está revestido realmente de arrependimento do que fez, ou se tudo não passa de estratégia enquanto o calmante ou remédio amargo faz efeito e sua metralhadora antiaérea seja reabastecida para novos disparos, nos mesmos alvos ou em outras direções.

Salvo melhor juízo, Bolsonaro não marcou pontos positivos ao recuar dos ataques. De igual modo não marcou com a paralisação dos caminhoneiros tendo conclamado a categoria a “não travar as rodovias e não paralisar as atividades, porque isso é péssimo para a economia brasileira”. Para o Brasil, esses parecem ter sido dois bons momentos de lucidez do presidente e que merecem aplausos. 

Até porque o que todos os brasileiros e brasileiras esperam é que tais momentos de lucidez não tenham se esgotados; que o presidente possa refletir antes de falar; que não aja por impulso e que não tome decisões que visam tão somente atender à vontade de “meia dúzia” de apoiadores tresloucados que só o empurram para o abismo. 

Por fim, que essa bandeira branca fique estendida por muito tempo e que os poderes sejam respeitados, entre si e pela sociedade.

 

Por Luiz Santos radialista e jornalista 

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.