Na segunda (4), para a felicidade de alguns e tristeza de outros, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entendimento do ministro, houve o descumprimento das chamadas medidas cautelares diversas à prisão, contidas no artigo 319 do CPP (Código de Processo Penal), uma delas, no caso de Bolsonaro, o proibia de publicar nas redes sociais suas ou de terceiros.
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Porém, durante manifestação ocorrida no domingo (3), na avenida Paulista em São Paulo/SP, por intermédio das redes sociais do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o ex-presidente participou do protesto, descumprindo a medida imposta pela Justiça.
A conversa que rola nos bastidores da política, é que Nikolas fez tudo de caso pensado e Bolsonaro mordeu a isca. O deputado vinha sendo bastante pressionado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está no Estado Unidos articulando sanções contra o Brasil, duramente criticado por figuras como Alan dos Santos e Paulo Figueiredo, por não se posicionar diretamente contra o ministro Alexandre de Moraes e defender o ex-presidente. Após ser massacrado nas redes por estes, Nikolas mudou o tom, e fez Bolsonaro cair em uma cilada.
Lembremos, que Nikolas Ferreira hoje é o político com mais seguidores nas redes sociais, sabe se comunicar com todos, e alguns dos seus videos tem mais de 100 milhões de visualização. Nas eleições para a prefeitura de São Paulo em 2024, Nikolas não apoiou o candidato de Bolsonaro, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), mas sim o influencer Pablo Marçal (PRTB), que por muito pouco, não foi para o segundo turno.
Nikolas, juntamente com o deputado Eros Biondini (PL-MG), articulam um projeto de lei para alterar a idade mínima para concorrer a cargos eletivos, incluindo a presidência da República. O projeto visa diminuir a idade de 35 para 30 anos para cargos como presidente, vice-presidente e senador, e de 30 para 28 anos para governador e vice-governador, além de reduzir a idade para outros cargos. A iniciativa não é bem vista pelo entorno do ex-presidente, que vê nesse projeto, uma tentativa de tomar para si, o espólio eleitoral de Bolsonaro. Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, inclusive vetou a candidatura de Nikolas ao governo de Minas Gerais em 2026, sob o pretexto de que ele deveria ganhar mais experiência.
Para jogar a última pá de cal, não foram aos protestos do último domingo a ex primeira dama Michele Bolsonaro e nenhum dos governadores, inclusive o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que coincidentemente marcou uma cirurgia para o mesmo dia do ato, este último, bastante pressionado pelos empresários, ao tomar o lado de Bolsonaro e não deles após a notícia do tarifaço.
Se realmente foi de caso pensado ou foi na inocência, pouco importa, pois com um amigo desses, quem precisa de inimigo?
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