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Política taxação dos EUA

Governador e presidente da Fieb defendem retirada de produtos baianos da lista de taxação dos EUA

O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, também participou da reunião de forma remota.

05/08/2025 11h17
Por: Mayara Naylanne
Fotos: Matheus Landim/GOVBA
Fotos: Matheus Landim/GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues se reuniu nesta segunda-feira (4) com o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, e representantes dos setores produtivos, na sede da instituição, em Salvador, para discutir medidas que possam reduzir o impacto da tarifa comercial de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, em especial os produzidos na Bahia. O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, também participou da reunião de forma remota.

Durante o encontro, foram defendidas a inclusão de produtos baianos da lista de exceção anunciada pela nova política tarifária americana, e a adoção, junto ao Governo Federal, de crédito diferenciado e devolução de créditos de ICMS para alguns setores mais duramente prejudicados. As exportações baianas ao mercado dos EUA representam atualmente 8,3% do total do estado, com destaque para produtos como celulose, derivados de cacau e pneus. No primeiro semestre de 2025, a Bahia exportou mais de U$S 45 milhões em manteiga, gordura e óleo de cacau para os Estados Unidos.

De acordo com o governador Jerônimo Rodrigues, foi apresentado um documento com propostas a Alckmin. "Nessa reunião, ele apresentou a expectativa do Governo Federal ainda em retirada de outros produtos. Então, vamos trabalhar para que esses produtos que impactam na Bahia possam ser retirados da lista", explicou.

O vice-presidente disse durante a reunião que é preciso que o governo e o setor privado trabalhem juntos pela exclusão de mais setores e a redução das alíquotas. Alckmin também destacou que nos próximos dias o presidente Lula deve anunciar as medidas que vão ser tomadas de apoio ao emprego, à produção e às empresas que são mais atingidas.

Na semana passada, o presidente americano Trump assinou o decreto que oficializou a nova tarifa, que exclui quase 700 produtos brasileiros e passa a valer nesta quarta-feira (6).

Dados da FIEB apontam que as exportações baianas continuam sendo duramente afetadas e representam 332 dos 389 produtos sujeitos a sobretaxas e impacto de 81% da pauta industrial. Estima-se uma perda de até R$ 1,3 bilhão na economia estadual (0,27% do PIB), com o risco de aumento da ociosidade industrial e ameaça indireta a empregos em polos como Camaçari, Candeias, Campo Formoso, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Itapetinga, Vitória da Conquista, Eunápolis, Nova Soure, Brumado e Maracás, entre outros, onde setores industriais empregam cerca de 211 mil trabalhadores.

Esta foi a segunda reunião realizada entre o Governo do Estado e a FIEB, que formaram um grupo de trabalho mês passado para propor medidas contra as tarifas americanas.

O presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, reforçou a importância do envolvimento do Estado e da União, para que a economia baiana seja preservada e continue se desenvolvendo gerando emprego e renda, e a necessidade da construção de uma agenda continuada para garantir o enfrentamento dessa e de outras pautas. "Vamos buscar reduzir essa tarifa, através de negociação diplomática, do envolvimento do comercial, representada pelo Governo Federal. A outra, além da redução da tarifa, é a exclusão de mais produtos dessa medida". 

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