Uma denúncia feita por moradores do bairro Irmã Dulce, em Feira de Santana, escancara o estado de abandono do consultório odontológico da Unidade Básica de Saúde (UBS) local. Segundo relatos e imagens exibidas no Conectado News, o espaço está sem funcionamento há meses, mesmo com a presença dos profissionais. O motivo: equipamentos quebrados, materiais com validade vencida e infiltrações nas paredes.
Foto: Luiz Santos
“Os profissionais vêm trabalhar, mas os equipamentos estão quebrados. O material da resina, por exemplo, está com a validade vencida desde agosto de 2024. Já estamos em agosto de 2025 e nada foi reposto”, relatou a denunciante ao comunicador Luiz Santos.
Segundo ele, as denúncias foram feitas por pacientes que procuraram atendimento e encontraram as portas do consultório fechadas.
As imagens divulgadas mostram ainda a precariedade da estrutura física do consultório: infiltrações nas paredes, equipamentos danificados e ausência total de condições de atendimento, colocando em risco tanto os profissionais quanto a população que depende do serviço.
Foto: Luiz Santos
Em entrevista ao programa Levante a Voz, o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Matos, reconheceu a situação e afirmou que a gestão tem ciência da precariedade de várias unidades. “Se você me fala da unidade do Irmã Dulce, eu poderia citar outras 50 que também precisam de reestruturação. Estamos falando a verdade com a população. Assumimos a gestão em janeiro e estamos rodando pessoalmente todas as unidades”, afirmou.
Segundo o secretário, a UBS do bairro Irmã Dulce está sob gestão terceirizada, modelo adotado pela administração anterior, e cabe à empresa contratada manter o funcionamento adequado da unidade, incluindo insumos, equipamentos e manutenção predial. “A prefeitura faz o repasse financeiro, e as empresas precisam cumprir o contrato. O que não estiver adequado será apurado e, se necessário, as empresas serão responsabilizadas conforme a lei”, garantiu.
Rodrigo Matos também confirmou que enviará uma equipe técnica da Secretaria para averiguar a situação da unidade e incluir a reestruturação dentro do planejamento de reformas. “Essa denúncia é importante e será tratada com a devida seriedade. Nós temos uma equipe de fiscalização e criamos um setor de conformidade para checar a atuação das empresas. Nossa gestão não tem compromisso com erro”, completou.
Durante a entrevista, profissionais de saúde também denunciaram que estariam recebendo abaixo do piso estabelecido para a categoria. Segundo relatos, cirurgiões-dentistas estariam com salário médio de R$ 2.600, valor inferior ao estipulado como referência nacional.
Rodrigo Matos explicou que, no caso dos terceirizados, a definição salarial é de responsabilidade das empresas contratadas por meio de licitação, e não da Secretaria de Saúde. “A gestão pública não pode definir ou alterar salários de terceirizados. Isso é feito dentro do processo licitatório. Nós apenas fiscalizamos se o contrato está sendo cumprido”, pontuou.
O secretário destacou ainda que, embora o cenário seja desafiador, a gestão está empenhada em reestruturar gradualmente as unidades, priorizando as mais vulneráveis. “Sabemos que o município é grande e temos mais de 100 unidades. Não conseguiremos reformar todas de uma vez, mas temos compromisso com planejamento e transparência”, concluiu.
Com informações: Luiz Santos
Por: Mayara Nailanne
Mín. 17° Máx. 26°
Mín. 18° Máx. 27°
Tempo nubladoMín. 17° Máx. 29°
Tempo nublado