É comum encontrar nas ruas, avenidas, sinaleiras, clínicas, escritórios e outros espaços homens, mulheres e até crianças vendendo os mais variados tipos de lanches, balas, chapéus, cintos, sandálias, meias, carteiras para moedas enfim.
O comércio oferece inclusive deliciosas trufas de chocolate com recheios variados e com preços módicos, mas, às vezes, não damos o devido valor ao trabalho, ao esforço desse pessoal, principalmente nesse momento de pandemia em que estamos vivendo, com milhões de desempregados sendo empurrados para a informalidade e tendo que se ‘virar nos 30’ para sobreviver.
Nesta quinta-feira, 26, fui a um Shopping de Feira de Santana e ao chegar naquele centro comercial, como de costume, me sentei numa cafeteria e chocolateria, local onde sempre encontro amigos para uma boa “resenha”, no entanto, entre um papo e outro, algo chamou minha atenção. Foi quando avistei umas balinhas de chocolate expostas no balcão próximo ao caixa com um preço nada módico: 100 gramas por R$ 46,99, estampava a plaquinha. Ou seja, o kilograma da iguaria sai por R$ 469,90.
Logo quis saber da vendedora o que esse chocolate tinha para custar tão caro? Meio desconfiada e um tanto quanto se sentindo desconfortável, ela respondeu que se tratava de um chocolate especial. Neste momento pus-me a pensar: como pode em um pais com milhões de desempregados e com uma desigualdade social tamanha (que só aumenta dia a dia) um quilo de chocolate custar tão caro? Como o filho do pobre da periferia pode comer aquele chocolate da propaganda que os amiguinhos tanto falam? Após fazer a mim mesmo tantos questionamentos naquele momento, a conclusão inicial que vislumbrei foi que o Brasil, de fato, não é um país para pobres.
Passado o susto inicial e feitas as contas direitinhas, lembrei que o senador da República, Flávio Bolsonaro (Patriota), franqueado da mesma marca exposta naquele balcão, conseguiu comprar, em ‘tempo recorde’, segundo informações colhidas, uma mansão luxuosa em Brasília pela “bagatela” de aproximados 6 milhões de reais, conclui que esse tempo recorde deve ter explicação.
Imagine um cafezinho custando oito reais e o quilo do chocolate ‘milagroso’ sendo vendido por quase metade de um salário mínimo pago no Brasil, acrescido de que o senador pode ser “considerado” um Midas, isto é, pessoa capaz de transformar em ouro tudo o que toca, e assim, consegue fortunas vendendo café e chocolate, principalmente em datas especiais como Páscoa e final de ano.
Por fim, como não sou experto na área tampouco um chocólatra, e considerando que não vi nada de especial naquele chocolate, finalizo com a dica: sou mais aqueles vendidos nas esquinas da minha Feira de Santana. E você, na próxima vez que for abordado(a) pelos espaços públicos da Princesa do Sertão por um(a) vendedor(a) oferecendo-lhe uma bala, especialmente uma trufa, valorize o trabalho dessas pessoas e saiba que não gastará quase quinhentos reais por quilo.
Por Luiz Santos radialista e jornalista
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