Recentemente intitulamos artigo que escrevemos de coisas difíceis de entender. Na oportunidade tratamos sobre a insistência do presidente da Republica, Jair Bolsonaro (sem partido), e de alguns de seus seguidores, em “desconfiar” do coletor eletrônico de voto, ou como é mais conhecida, urna eletrônica.
Nessa segunda parte, o que chama a atenção não é o debate da confiabilidade ou da falta dela na urna eletrônica, apesar do presidente ter colocado em xeque, mais uma vez, a credibilidade desse mecanismo na terça-feira, 8, ao falar para apoiadores no “quintalzinho” do Palácio da Alvorada. O presidente disse que “não acredita nada” no sistema de contabilização de votos e que “só ganhou porque teve muito voto”. Desta feita, porém, a atenção se volta para as companhas políticas em viagens oficiais, seja do presidente da República ou mesmo de algumas comissões que vão discutir, segundo dizem, assuntos de interesse do Brasil dentro ou fora do país.
Porém, todavia, de qualquer forma [...] cabe lembrar, ainda sobre a urna, que desde 1994 até as eleições municipais em 2020 esse equipamento foi usado, sem, no entanto, sem ter existido qualquer fraude comprovada. Desde lá até os tempos atuais, Bolsonaro - deputado federal pelo Rio de Janeiro a partir de janeiro de 1991 -, até janeiro de 2019, ou seja, por 28 anos sempre contou com o voto eletrônico, incluindo o atual mandato. Com seus “filhos políticos” Carlos Bolsonaro (Republicanos) - vereador no Rio de Janeiro; Eduardo Bolsonaro (PSL) - deputado federal por São Paulo e Flávio Bolsonaro (Patriota) - senador da República pelo Rio de Janeiro, reitera-se a história de como foram eleitos.
Falando em filhos do presidente, além do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Hélio Fernando Barbosa Lopes ou Hélio Negão (assim considerado para Bolsonaro e seus amigos íntimos), ou ainda Hélio Bolsonaro (PSL-RJ) como gosta de ser chamado, e as referidas viagens, passamos a relatar o que, repito, têm nos chamado a atenção.
Inicialmente, relatamos a “vida de viajante” do deputado Hélio Bolsonaro. Tem viagem da chamada Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara? E da comitiva chefiada pelo ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a Israel para conhecer um spray nasal desenvolvido para “combater a covid-19?” Lá está o deputado Hélio Bolsonaro.
De acordo com pesquisa rápida feita na rede internacional de computadores, foi possível encontrar inúmeros relatos sobre o assunto. O site uol.com.br relaciona uma séria de viagens realizadas por Hélio. Afirma o portal que o deputado “já viajou em comitivas para Chile (março de 2019), Antártida (março de 2019), Estados Unidos (maio de 2019 e janeiro de 2020), Japão (junho de 2019), Argentina (julho de 2019), Japão-China-Catar-Emirados Árabes Unidos-Arábia Saudita (outubro de 2019) e Israel (março de 2021)” entre tantas outras viagens. E mais, que “quando o deputado não está com Bolsonaro, está com seus filhos, ministros ou outros integrantes do governo”.
Quanto aos filhos do presidente, as viagens são ainda mais constantes. Somente em 2019, como exemplo, Eduardo Bolsonaro viajou para a Hungria, Itália, Chile, Argentina e também para a fronteira do Brasil com a Venezuela. Segundo o g1.globo.com o deputado, em uma dessas viagens, “se reuniu com líderes para falar sobre a direita e crise na Venezuela”. Sem contar suas inúmeras viagens aos Estados Unidos, Davos, Osaka enfim - incluindo viagens nacionais também. Em algumas dessas viagens feitas ao exterior, ao lado do seu pai ou não, sic, quem deveria estar presente seria o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, não o 03 de Bolsonaro.
No caso do 01, Flávio Bolsonaro, por sua vez, somente uma viagem que o senador fez em janeiro último aos EUA custou, segundo o uol.com.br “R$ 12,5 mil aos cofres do Senado apenas nas sete diárias pagas ao parlamentar”. Nessa viagem Flávio contava com a companhia, dentre outros, do deputado Hélio Lopes. O site metropoles.com.br garante que “em três viagens com ‘esticadinhas’ em 2020 para comer bem, visitar pontos turísticos paradisíacos, pescar e dar entrevistas na TV, o Senado gastou pelo menos R$ 43.053,97 com diárias para seguranças do senador” que, na oportunidade, conheceu, ao lado de sua esposa, “atrações e desfrutaram de dois dos maiores patrimônios turísticos brasileiros: Fernando de Noronha e Amazônia”. Fora tantas outras viagens realizadas pelo parlamentar.
Por fim, o 02, Carlos Bolsonaro, completando assim a numeração que recebem os filhos do presidente - que é vereador pelo Republicanos no Rio de Janeiro -, pelas pesquisas realizadas foi possível constatar que suas viagens são mais internas, ou seja, acontecem mais na Terra plana do Brasil. Mas acontecem. A última viagem que o vereador fez ao lado do pai, smj, foi ao meu estado, o Piauí, em 20 de maio último. Na oportunidade, foi inaugurada ponte sobre o Rio Parnaíba que liga os estados do Maranhão com o Piauí, na BR-235, altura dos municípios Alto Parnaíba(MA) e Santa Filomena(PI).
Fato mesmo é que as viagens mais constantes realizadas pelo 02 eram do Rio de Janeiro até Brasília para, como ele mesmo preconiza “ficar ao lado do pai”. Carlos até se licenciou da função de vereador recentemente. Assim, poderá ser visto com mais frequência seja nas reuniões ministeriais ou não, como costumeiro. Internamente ou externamente falando, haja viagens, haja conhecer lugares, e com nossos recursos.
Seja como for, ante o exposto e ao finalizar deixo, inicialmente, dois questionamentos. Primeiro, gostaria de saber se todas as viagens relatadas aqui foram de fato oficiais, ou seja, a serviço? Em sendo positivas as respostas, passamos para a segunda pergunta, qual seja, quais são os critérios utilizados para que as mesmas pessoas participem de tantas viagens “oficiais” diferentes?
Por Carlos Alberto professor e radialista
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