Desde a descoberta da Covid-19, doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China, muito já se passou e muitas vidas até agora foram perdidas para essa terrível doença. Até o momento em que estamos escrevendo essas linhas, já morreram 3.465.348 pessoas no mundo, sendo que deste total, 449.068 são brasileiros e brasileiras.
Em 11 de março de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS), elevou o status da contaminação à pandemia. O tempo passou e em 06 de junho do mesmo ano a OMS recomendava algumas medidas de proteção contra o coronavírus, entre elas, estavam “manter-se a pelo menos 1 metro de distância das outras pessoas, lavar as mãos com frequência, cobrir a boca com um lenço de papel ou cotovelo dobrado ao espirrar ou tossir e uso de uma máscara de tecido para proteger a si e aos outros de possíveis gotículas contaminadas”.
Não é possível mensurar a quantidade de países mundo afora cujos governantes trataram de adotar medidas visando à proteção de seu povo. Mas, é acertado dizer que foram muitos os países, alguns, inclusive, já retomando à “normalidade”. Como exemplo, sic, podemos citar a Austrália, Nova Zelândia, Cuba entre outros que, antes de tudo, adotaram o respeito à vida e à ciência. O isolamento social rígido, ou melhor, o lockdown, na Nova Zelândia chegou a ter o apoio de 92% da população e durante cerca de um mês, em maio de 2020, logo depois que OMS declarou a pandemia, o país já havia adotado essa medida e alcançando bons resultados.
No caso do Brasil, por parte do governo federal, o que houve foi negação da doença, negação da ciência, desgoverno na condução desse processo em nível nacional, críticas à postura de governadores(as), participação em atos que causam aglomerações como “passeiomícios” e “motociatas”, ultimamente; desrespeito às leis/decretos além de bullying a governador. Nos Estados, acompanhamos a adoção de medidas de isolamento de maneira localizada por governadores(as)/prefeitos(as) ante a falta de um comando nacional encabeçado pelo Ministério da Saúde que, pelo que se sabe, sempre foi uma pasta conduzida muito mais pelo próprio presidente da República ou por “gabinete paralelo”, que por seus ministros.
De lá para cá o que temos assistido é uma batalha judicial entre o governo federal e os governos estaduais. O primeiro sempre “desdenhando” da doença, da origem da doença, das vacinas que podem curar a doença; afirmando que a doença está no fim, troca de ministros da saúde que não concordam com seu ponto de vista e afronta aos protocolos da OMS. Em nível estadual, a batalha se dá na edição de decretos que, segundo dizem, visa restringir a circulação de pessoas, salvar vidas, adquirir vacinas enfim.
O fato é que diferente dos muitos países que cuidaram do seu povo, aqui no Brasil o Ministério da Saúde e o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, optaram por não comprar vacinas em tempo hábil, afirmar que não passava de uma “gripizinha”, entre tantas outras falácias, e o número de casos e de vítimas fatais somente aumenta dia a dia. Foram e continuam sendo tantos os atos de aglomerações em que o presidente da República participou e participa, e sempre com a presença, também, de (ex)membros de seu governo, que já não se pode contar.
Neste domingo, 23, o presidente Jair Bolsonaro participou, ao lado do ex-ministro da Saúde, o general de divisão do Exército Brasileiro, Eduardo Pazuello, de manifestação de apoiadores seus no Rio de Janeiro, como último caso a citar. Na oportunidade, nenhum dos dois (presidente e seu ex-comandado) não usavam máscara. Já nesta segunda-feira, em ato de posse do novo presidente do Equador, Guillermo Lasso, Jair Bolsonaro utilizou o acessório.
Por fim, diante disso, há que se questionar: Por que a utilização da peça com que se cobre parcial ou totalmente o rosto, a máscara, é tão rejeitada pelos dissimulados (mascarados) quando estão por aqui e não fazem o mesmo quando estão em terras alheias? Lembram-se do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em Israel? Por aqui, deboche; por lá, vergonha de mostrar a verdadeira face.
Por Carlos Alberto professor e radialista
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