Por Emanueli Pilger, Mestra em Comunicação pela UFRB
Eu não sei você, mas tem algo que me incomoda profundamente: mandar uma mensagem a alguém que me conhece, que já esteve na minha vida de forma significativa e não receber nem um “oi” de volta. A gente sabe quando é descuido, correria, esquecimento. Mas também sabe quando é desconsideração mesmo.
Vivemos tempos de conexão rápida e resposta imediata. Todo mundo está com o celular na mão. Ver e não responder é, quase sempre, uma escolha. E quando essa escolha vem de alguém que já dividiu histórias, afetos e até planos com a gente, o silêncio dói de outro jeito. Dói porque é frio. Dói porque ignora o básico da educação e do respeito. Dói porque escancara aquilo que a gente ainda insiste em não enxergar: a falta de consideração.
Nem todo mundo que te conhece te valoriza. Nem todo mundo que sabe o que você carrega na alma está disposto a cuidar disso. Há pessoas que só estavam disponíveis enquanto era conveniente. E quando você deixa de ser interessante, elas somem sem dar tchau, explicação, e pior: fingindo que não viram.
Mas viram, sim. Só escolheram não responder.
E aqui vem uma das lições mais duras e mais libertadoras da vida emocional: você não pode esperar profundidade de quem só sabe se mover na superfície. Têm gente que não teve, não têm e nunca terá nada real para te oferecer. Nem afeto, presença ou maturidade. A gente se ilude achando que a história vivida é suficiente para garantir um mínimo de consideração. Mas não é. E tudo bem. Porque a maturidade também ensina a parar de mendigar resposta de quem nunca soube se comunicar com o coração.
No fim das contas, o silêncio também é resposta. E às vezes, é a mais honesta de todas.
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