Existe uma fábula que trata sobre "o sapo que deu carona ao escorpião, levando-o nas costas, e logo após atravessar o perigo, como retribuição, levou uma picada. Ao reclamar, o escorpião disse ao sapo que era sua natureza". O cão, da raça Pitbull, por mais que seus tutores digam que é dócil, todos temem os ataques desse animal, que, em situação favorável, ataca sua presa, às vezes, matando-a; noutras tantas vezes, deixa sequelas que ficam para sempre.
Quem acompanhou o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), que quando estava no poder atacou para todos os lados, chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de "canalha, patife", enfim; e disse, entre outras coisas, que "não iria mais seguir as determinações jurídicas impostas por Moraes". No entanto, como sabemos, "nada melhor que o tempo", e o tempo passou rápido e mostrou que Bolsonaro não é "imorrivel, imbrochavel..." ou tantos outros "is", como ele mesmo se dizia.
Com o passar do tempo, eis que na última terça (10), durante oitiva que investiga tentativa de golpe de Estado, frente a frente com Moraes, Bolsonaro mostrou-se uma pessoa irreconhecível em palavras e ações. Em alguns momentos do interrogatório, tentando descontrair o ambiente tenso, algumas atitudes de Bolsonaro surpreenderam até mesmo os seus fiéis seguidores - que odeiam Alexandre de Moraes - e esperavam uma atitude mais firme do "Mito" quando estivesse cara a cara com Moraes. No entanto, salvo melhor juízo, o que se viu foi Bolsonaro "dando para trás" como um cãozinho acuado, e tentando colocar a culpa até nos seus mais fiéis seguidores.
Como dito antes, a semelhança entre um escorpião, um Pitbull e Bolsonaro é que nenhum destes merece confiança, pois o instinto de ambos é de atacar sempre que tiverem oportunidades, é questão de tempo. Os pedidos de desculpas de Bolsonaro para Moraes não convenceram a ninguém; é de crer-se que nem ele mesmo [Bolsonaro] acredita em sua versão, que estava falando a verdade.
Ao final, seria certo dizer que quem assistiu a audiência ficou sem saber em quem acreditar: no Bolsonaro, que brigava, xingava, dava tapas na mesa... ou, naquele que estava quietinho na hora do depoimento, que em muito tentava se explicar ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. O tempo, mais uma vez, dirá.
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