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Feira de Santana Morador de Rua

“Passam, mas não para ajudar e sim para retirar”, relatam pessoas em situação de rua em Feira de Santana sobre a Prefeitura

Feira de Santana

16/12/2024 12h03 Atualizada há 9 meses
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Luiz Santos
Luiz Santos

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

Um levantamento feito pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/POLOS-UFMG), revelou que 300.868 pessoas vivem atualmente em situação de rua em todo o Brasil. Em dezembro de 2023, esse total era de 242.756 pessoas. 

Desse total, segundo dados do MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania) coletados a partir das informações da Assistência Social, Cadastro Único (CadÚnico) e do Registro Mensal de Atendimentos (RMA), 11.725 pessoas em situação de rua estão na Bahia, sendo 6.553 na capital baiana, segundo levantamento realizado em abril de 2023, pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate a Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).

De acordo o Movimento Nacional de População de Rua (MNPR), em 2023, cerca de 300 pessoas viviam em situação de rua em Feira de Santana. Baseado nisso, o Conectado News foi às ruas de Feira de Santana conferir esta triste realidade. Segundo moradores de rua entrevistados, a Prefeitura não vem ajudar, apenas para retirar do local, conforme Josy Alves, natural de Capim Grosso, que está há um mês, com seus 04 filhos e 03 netos no viaduto da Avenida Eduardo Froés da Mota, cruzamento com a João Durval.

"Lá não estava nada fácil e por isso viemos para Feira, nos disseram que onde estamos às vezes doam cesta, e por isso estamos aqui, para conseguir alimentos, roupas, no que puder ajudar, será bem vindo. A Prefeitura passa, mas não para ajudar, e sim para retirar. Dizem que temos de sair, mas não auxiliam com nada".

A senhora Jucilene Conceição Santos está no local há 03 dias, mas disse que todos os anos neste mesmo período, permanece no local.

"Falta de alimento em casa, sou viúva e não tenho ninguém para me dar, tenho 5 filhos, fico aqui para receber doação de alimentos e levar para casa, não tenho mais Bolsa Família por conta do título que eu não tenho e por isso as coisas ficaram difíceis em casa. O que conseguimos aqui nesse período do ano, é suficiente para permanecermos um bom tempo em casa até conseguirmos outro meio".

Zélia da Silva Souza, mora no local há dois meses, com uma família de sete pessoas, natural de São Paulo, vieram visitar os parentes em Feira de Santana e resolveram ficar no município.

"Eu pagava aluguel, mas cortaram meu Bolsa Família, ninguém da Prefeitura esteve aqui nesse tempo. O aluguel social  o município não paga, fui no CRAS (Centro de Referência e Assistência Social) e até hoje espero". 

Ao Conectado News, a SEDESO (Secretaria de Desenvolvimento Social), afirmou que todos recebem o auxílio do órgão, mas que as pessoas preferem mesmo assim estar nas ruas.

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