É grande a expectativa da população pelos debates políticos realizados através dos veículos de comunicação nos locais onde haverá segundo turno. Segundo a história, muitos desses encontros já derrubaram candidatos considerados eleitos e levantaram outros cujas pesquisas não apontavam chances de vitória. Como exemplo, é possível lembrar o histórico debate promovido pela Rede Globo de Televisão em 1989 no qual o então candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Collor de Mello (PRN) estiveram frente a frente.
Narra a história que naquela oportunidade a TV Globo manipulou e reprisou o debate que se transformou em um desastre para Lula. Registros mostram também que em Feira de Santana, em 1996, o então candidato a prefeito pelo PFL, Josué Melo, perdeu feio para o candidato José Falcão (PPB) quando aquele foi questionado “onde ficava a localidade Ovo da Ema?” Como Melo não soube responder, isso gerou comentários que até hoje estão no imaginário do feirense: como alguém pretende administrar uma cidade sem que tenha conhecimento se quer de sua geografia. Cabe lembrar que Ovo da Ema, na Princesa do Sertão, é uma localidade pertencente ao Distrito Maria Quitéria.
De fato, os debates são realmente aguardados com muita euforia. Tem até torcida organizada. Mas, geralmente os candidatos que estão à frente nas pesquisas de intenção de votos costumam não comparecer aos confrontos e isso acontece dos maiores aos menores municípios brasileiros cuja densidade eleitoral permite segundo turno. Viu-se isso no primeiro turno das eleições no estado da Bahia, quando o candidato ao governo, ACM Neto (UB), que liderava as pesquisas eleitorais não compareceu a debates, exceto da emissora de sua família, a Rede Bahia de Televisão.
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De modo geral, no primeiro turno na Bahia, durante algumas tentativas de realização de entrevistas por determinados meios de comunicação com o candidato do União Brasil, este chegou, inclusive, a “esnobar” e não permitiu agendamento e/ou não compareceu, alegando, entre outras coisas, questão de agenda, além de nem responder a algumas solicitações.
Passado o primeiro turno, após ser derrotado fragorosamente o candidato ACM Neto parece mais humilde e agora tem encontrado tempo na agenda para conceder entrevistas a diversas emissoras de rádio, TV, jornais, sites, Podcast, etc., etc., etc. ACM Neto está, inclusive, desafiando o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, a que compareça aos debates que serão promovidos neste turno, principalmente pela TV, para discutir as propostas as ideias para o estado da Bahia.
Dizem que “chumbo trocado não dói” e que “nada melhor que um dia após outro”. Neste caso, fica a pergunta: por que a receita que o candidato ACM Neto utilizou no primeiro turno não pode ser aplicada agora? Quem te viu quem te ver, Neto! O candidato pode até ter razão de “cobrar” do seu adversário político, Jerônimo Rodrigues, a ida aos debates neste segundo turno, porém, não tem moral nenhuma nesse quesito.
Particularmente, gosto muito dos debates políticos e os considero importantes, pois são nesses momentos em especial, quando bem utilizados, que o eleitor conhece melhor os próprios candidatos e as suas propostas. Espera-se que Jerônimo Rodrigues aceite o convite de ACM Neto e compareça a todos os debates deste segundo turno e, assim, frente a frente, os senhores candidatos ao segundo turno das eleições 2022 para governo da Bahia possam apresentar ao eleitorado, de maneira civilizada e propositiva, seus projetos para o futuro da nossa querida Bahia.
Voltando ao resultado saído das urnas para governo da Bahia no primeiro turno, a partir do que mostravam a quase totalidade das pesquisas de intenção de votos, espera-se que sirva de exemplo para quaisquer candidatos que se achavam ou se acham eleitos. Que possam refletir suas atitudes e tenham mais humildade.
Por Luiz Santos, Radialista e Jornalista
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