A escravidão já acabou

Embora a escravidão no Brasil tenha sido abolida há dezenas de anos, alguns empresários ainda carregam consigo um ranço de um tempo que só deveria fazer parte da história contada nos livros.

Certo dia conversei com um comerciante do ramo de confecções, onde ele afirmou que as funcionárias não podem sentar, até mesmo aquelas que trabalham no caixa, na visão desse empresário a medida que as funcionárias sentam, isso mostra que não tem movimento na loja, consequentemente não vende e com isso não tem como manter os gastos.

Na tarde de terça, estive em uma das lojas Rainha no centro da cidade, ao pedir um copo com água, a vendedora que nos atendeu, gentilmente disse que só tinha água da torneira porque a empresa não disponibiliza água mineral ou a quem sabe um bebedouro com água tratada, eles que levam água de casa ou fazem a famosa vaquinha para comprar água.

Considero essa atitude de tais empresários desrespeitosa para os seus colaboradores, que são são verdadeiros patrimônio de qualquer empresa que se preze, no entanto, essa atitude mesquinha não se aplica apenas a lojistas feirenses que as vezes se acham magnatas e grandes empresários e não são, estive também semana passada na loja Marisa do Boulevard Shopping, e algo me chamou atenção, a atendente pediu para que eu respondesse um questionário que chegaria no meu email avaliando o seu atendimento, porém, nesta avaliação eu deveria dar nota máxima, 10, porque menos que isso, o seu trabalho seria considerado ruim e comprometeria o seu desempenho.

Fiquei a perguntar, se na escola um aluno pode tirar nota cinco ele é aprovado, na faculdade, na sua grande maioria, aprova com nota 6  e ainda tem a globalização, que é a soma de pontos de outras disciplinas e o sujeito está aprovado. Por que os funcionários da Marisa tem que tirar nota 10? É legal essa atitude da Marisa para com os seus colaboradores?

Isso não é um assédio moral?

E que o Sindicato dos Empregados no Comércio de Feira de Santana fiscalize melhor tais atividades de certos empresários, e que eles lembrem que a escravidão já acabou e funcionário satisfeito rende muito mais.

Por Luiz Santos