O medo provocado pelos casos de intoxicação por metanol afetou diretamente o movimento de bares e restaurantes em todo o Brasil. Segundo o Índice Abrasel-Stone, as vendas do setor caíram 4,9% em setembro, e o recuo é de 3,9% em relação ao mesmo período de 2024.
Os números refletem o impacto da crise iniciada em agosto, quando surgiram os primeiros registros de bebidas adulteradas com metanol. Desde então, muitos consumidores têm evitado consumir produtos alcoólicos em bares, resultando em queda no faturamento e mesas vazias em várias cidades.
De acordo com o Ministério da Saúde, já são 133 notificações de intoxicação no país, com 38 casos confirmados em São Paulo, estado que lidera o ranking, seguido por Paraná (4), Pernambuco (3) e Rio Grande do Sul (1). O balanço aponta ainda oito mortes ligadas às bebidas falsificadas.
Na tentativa de conter o avanço da adulteração, a Polícia Civil de São Paulo destruiu mais de 100 mil garrafas suspeitas de contaminação. Mesmo assim, o estrago econômico já foi sentido.
“O impacto dos casos de intoxicação por metanol espalhou pânico entre os consumidores e provocou uma queda na movimentação de alguns estabelecimentos”, destacou Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
O levantamento mostra que somente dois estados — Mato Grosso do Sul (1%) e Maranhão (2,6%) — registraram aumento no movimento em setembro. Já as maiores quedas foram em Roraima (-11,5%), Pará (-9,9%), Rio de Janeiro e Santa Catarina (-7,6%).
O economista Guilherme Freitas, pesquisador da Stone, explica que a inflação do setor também tem pesado:
“A inflação específica do setor continua pressionada, encarecendo o tíquete médio e afastando ainda mais o público.”
Segundo o IBGE, o IPCA de setembro foi de 0,48%, mas a alimentação fora de casa apresentou desaceleração — de 0,50% em agosto para 0,11% em setembro — reforçando a tendência de retração.
Fontes: Índice Abrasel-Stone / Ministério da Saúde / IBGE
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