Nestlé vai demitir 16 mil funcionários; multinacional tem fábrica em Feira de Santana

A Nestlé, líder global no setor de alimentos e bebidas, comunicou nesta quinta-feira (16/10) que fará uma reestruturação em sua força de trabalho, com a demissão de aproximadamente 16 mil funcionários. A medida corresponde a cerca de 5,8% do total de aproximadamente 277 mil empregados da empresa. A empresa tem uma unidade fabril em Feira de Santana, e, ainda não foi divulgado se haverá cortes nesta planta.

Segundo o novo CEO, Philipp Navratil, o corte se divide em duas frentes: cerca de 12 mil funções administrativas serão extintas ao longo dos próximos dois anos, enquanto 4 mil postos devem ser eliminados nas áreas de produção e na cadeia de suprimentos. 

Navratil justificou que a empresa precisará se adaptar mais rapidamente às mudanças globais e que a reorganização é parte de um esforço para aumentar eficiência e restaurar a confiança dos investidores. “O mundo está mudando, e a Nestlé precisa mudar mais rápido”, afirmou. 

Com o anúncio, as ações da Nestlé negociadas na bolsa de Zurique registraram alta de cerca de 8% no início do pregão, em reação ao plano de reestruturação. 

O plano de cortes também se insere num momento de tensão na liderança da companhia. O antigo CEO, Laurent Freixe, foi demitido em setembro após investigações internas apontarem um relacionamento com subordinada, em violação ao código de conduta da empresa. 

Além disso, o presidente do conselho, Paul Bulcke, deixou o cargo prematuramente. Em seu lugar, foi nomeado Pablo Isla, ex-executivo da Inditex, a partir de 1º de outubro. 

A companhia já vinha enfrentando desafios: no acumulado dos nove primeiros meses de 2025, as vendas registraram queda de 1,9%, e a receita chegou a 65,9 bilhões de francos suíços (aproximadamente US$ 83 bilhões ou cerca de R$ 452 bilhões). 

Com a reestruturação, a Nestlé planeja elevar sua meta de cortes na estrutura de custos: o objetivo anterior era reduzir em 3,13 bilhões de francos suíços, mas agora a meta foi ampliada para 3,76 bilhões até o final de 2027.