Direita e Esquerda: você tem um lado?

Direita e Esquerda (sic) são orientações políticas que, em sua essência, diferem na abordagem em relação à igualdade social. Salvo melhor juízo, de maneira rápida, no mundo todo, enquanto a esquerda defende ‘maior intervenção estatal para promover igualdade’ a direita ‘prioriza a liberdade individual e a preservação das tradições’, mesmo que isso resulte em mais desigualdades. Sem citar aqui quaisquer outras orientações políticas que existem.

Os termos “direita” e “esquerda” na política têm sua origem na Revolução Francesa, de 1789. Durante as sessões da Assembleia Nacional Constituinte, os membros se organizaram fisicamente de acordo com suas opiniões políticas: aqueles que apoiavam o rei e a ordem estabelecida sentavam-se à direita do presidente da Assembleia, enquanto os que defendiam mudanças radicais e uma nova ordem, sentavam-se à esquerda.

A direita defende a manutenção das hierarquias sociais, a liberdade econômica e a preservação das tradições, enfatizando a ordem, a estabilidade e o nacionalismo como pilares fundamentais. Por outro lado, a esquerda defende a igualdade social e econômica, a intervenção estatal para garantir direitos e proteção social, e uma visão progressista que inclui o apoio a minorias e a cooperação internacional.

De modo geral, há um consenso de que a esquerda inclui progressistas, sociais-liberais, ambientalistas, social-democratas, democrático-socialistas, libertários socialistas, secularistas, socialistas, comunistas e anarquistas. Do lado da direita estariam neoliberais, liberalismo econômico, conservadores e reacionários. Seja como for, considerando o dualismo político que parece dominar o Brasil hoje, cabe perguntar: entre Direita e Esquerda, você tem um lado?

Entenda ‘dualismo político’ como concepção ou modelo que divide o campo político em duas partes distintas, frequentemente com lógicas, princípios ou atores diferentes. Esse dualismo pode se manifestar de várias formas, como dualismo de poder, dualismo de ideologias ou dualismo entre diferentes esferas da política, enfim.

Por aqui, ou melhor, no Brasil, enquanto os(as) brasileiros(as) esperam que o Congresso Nacional crie leis que gerem emprego, que melhorem a saúde, educação e segurança nacional, a oposição – composta por direitistas ‘radicais’ - ao governo atual amordaçam-se no Congresso e dizem que o importante naquela casa é a "aprovação da anistia ampla e irrestrita" para condenados(as) pela tentativa de golpe - entre outros crimes - cometidos e relacionados ao 8 de janeiro de 2023.

Enquanto o Brasil e os(as) brasileiros(as) esperam que o Congresso Nacional aprove medidas que possam reduzir a carga tributária imposta sobretudo aos mais pobres deste país, a oposição é contra a taxação BBB (Bancos, Bets e Big techs) e "exigem", como pauta "prioritária", o Impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes por suas atitudes constitucionalmente fundadas em provas.

Enquanto o Brasil e os(as) brasileiros(as) esperam que o Congresso Nacional crie leis que isentem do Imposto de Renda quem ganhe até 5 mil reais mensais, a oposição (direitistas radicais) amordaçam-se e dizem que o que importa naquela casa é a "aprovação do fim do foro privilegiado", algo que outrora sempre defenderam como forma de se livrarem de tantos processos judiciais enfrentados.

Enquanto o Brasil e os(as) brasileiros(as) esperam que o Congresso Nacional, ao lado do governo brasileiro, defendam o país do ‘tarifaço’ do presidente dos EUA, acompanha-se, por outro lado, políticos que se dizem Patriotas acorrentarem-se e defender tão somente ‘punição a ministro do STF, isenção total e irrestrita a condenados(as) por crimes cometidos e relacionados ao 8 de janeiro de 2023, além do fim do foro privilegiado, como pauta prioritária. 

Enquanto o Brasil e os(as) brasileiros(as) esperam que cada um(a) que se diz "Patriota" defenda, de verdade, este país de quaisquer ameaças - sejam elas internas ou externas -, um deputado federal, defensor do que alguns chamam de ‘bolsonarismo', fugido da Justiça brasileira, recorre aos EUA para não só impor sanções a um ministro do STF, mas também, defende a taxação de 50% a produtos importados do Brasil por aquele país. 

Não é demais lembrar que este mesmo deputado quer, por intermédio de aliados seus no Brasil, mudar o Regimento Interno da Câmara dos Deputados para continuar recebendo salário estando nos EUA. E mais, quer continuar por lá tramando contra o Brasil e os brasileiros, e sendo remunerado por isso.

Portanto, para não finalizar, é possível dizer e pedir que até que cheguem as próximas eleições e que cada um(a) de nós possamos entrar na cabine de votação, que pensemos e votemos em quem defende, verdadeiramente, ideias e projetos que possam melhorar o Brasil e a vida de cada brasileiro(a). Não aos interesses de poucos.