Por mais de 30 anos, o nome “Tia Dadá” se firmou como sinônimo de tradição, criatividade e sabor no universo dos licores artesanais em Feira de Santana. O que começou como uma alternativa para complementar a renda familiar, transformou-se em um negócio consolidado, que gera emprego e encanta paladares em todo o Brasil e até fora dele.
Maria Cristina Murici Pérez, conhecida como Tia Dadá, relembra que o apelido nasceu de uma forma despretensiosa: “Veio dos sobrinhos, por causa da minha irmã mais nova. Quando comecei a fabricar licor, pensei: ‘Vamos colocar Tia Dada no nome’. E pegou.”
A produção do licor começou em um momento de dificuldade. Professora e mãe de três filhos, Tia Dada viu a necessidade de aumentar a renda quando o marido ficou desempregado. Inspirada por uma prima que fazia licor no interior, ela decidiu aprender. “Passei um fim de semana com ela, me ensinou tudo. A primeira produção foi de 300 garrafas e o povo gostou. Daí começamos a criar novidades.”
Produção de licor movimenta economia de Cachoeira e mantém tradição familiar há gerações
E assim, o que era uma pequena produção no fundo do quintal ganhou corpo e fama. Hoje, embora esteja regularizada junto ao Ministério da Agricultura, Tia Dadá ainda se considera uma produtora artesanal. “O sabor do licor feito com carinho e de forma artesanal é muito mais gostoso.”
O primeiro sabor fabricado foi o tradicional genipapo, que até hoje é o campeão de vendas entre os licores tradicionais. Mas a criatividade da família logo deu origem a sabores inusitados e inovadores.
Entre os queridinhos estão o mousse de maracujá, criado pelo marido de Tia Dadá e sucesso absoluto, e os licores com base de gim, como maracujim e maracujibre. Há também opções como capuccino, chocolate, morango frutado, versões fit com whey protein, e até licor sem lactose, ideal para quem tem restrições alimentares.
“Essas inovações já foram criadas pelos meus filhos. Toda a família participa”, diz Tia Dadá com orgulho.
A fábrica funciona o ano inteiro, mas é no período junino que o movimento realmente aquece. “É impossível falar de São João sem falar de licor. Faz parte da tradição nordestina. Antigamente, a gente ia de casa em casa e o licor estava sempre na mesa.”
Durante a alta temporada, são produzidos cerca de 7 mil litros de licor, com funcionamento inclusive aos domingos. Fora desse período, a produção e equipe são reduzidas, com cerca de três funcionários fixos, mas o time cresce com diaristas contratadas para a manipulação das frutas, como maracujá e jenipapo.
Quanto ao armazenamento, Tia Dadá prefere não guardar por muitos anos. “Dizem que quanto mais velho, melhor, mas eu acho que o licor perde o sabor da fruta. Os cremosos, por exemplo, são mais gostosos quando estão novos.”
A força da tradição familiar
Mais do que um produto, o licor de Tia Dadá é o retrato de uma história de superação e amor. “Tudo aqui é feito com muito gosto, muito carinho. A gente acredita que isso faz a diferença.”
Atualmente, o negócio gera renda para a própria família e também para outros colaboradores. “Meus filhos trabalham comigo, meu marido ajuda, e já temos até vendas para fora do país — pessoas que compram aqui e levam para lugares como México, Itália, Argentina e Uruguai.”
Os preços variam para atender a todos os públicos. A garrafa de 900 ml do licor tradicional custa R$ 25, a versão cremosa sai por R$ 35 e o licor cremoso premium por R$ 38. Também há licores gourmet vendidos em garrafas de meio litro por R$ 25.
“Temos clientes que preferem levar de meio litro para experimentar vários sabores, ou porque não bebem muito. A gente se adapta ao gosto de cada um.”
Com informações: Onildo Rodrigues
Por: Mayara Nailanne
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