A coordenadora do Coletivo Conceição, Cláudia Rios, destacou, em entrevista, a importância dos investimentos realizados pelo Governo do Estado voltados para a segurança pública com foco na inclusão e acolhimento de jovens das periferias. Segundo ela, os projetos visam não apenas reforçar a proteção nas comunidades, mas também propor uma nova forma de enxergar e atuar na construção de territórios mais vivos e participativos.
“Estamos falando de um modelo de segurança pública que escuta, acolhe e constrói junto. O governo tem dialogado conosco para pensar formas de fortalecer os territórios a partir das políticas públicas já existentes, com atenção especial à juventude periférica”, afirmou Cláudia.
O coletivo atua com jovens de 12 a 29 anos, dando prioridade à população negra, que segundo dados de diversas pesquisas, é a mais afetada pelas violências letais no Brasil. “A nossa prioridade são os jovens negros das periferias. É sobre combater as desigualdades e dar a esses jovens a chance de se verem como sujeitos potentes dentro de seus territórios”, reforça.
Entre os serviços oferecidos estão formações político-cidadãs, atendimento psicoterapêutico individual e familiar, além de ações de escuta e mobilização comunitária. A saúde mental, segundo a coordenadora, é um dos pilares do trabalho. “É preciso que esse jovem compreenda quem ele é, de onde vem e para onde quer ir. A psicoterapia fortalece esse processo, ajuda a criar um sentimento de pertencimento e identidade.”
Cláudia explica que o trabalho do Coletivo vai além das ações internas e se estende à articulação com outras políticas públicas, como saúde, educação, assistência social e segurança. “A gente não trabalha para a comunidade, a gente trabalha com a comunidade. Isso faz toda a diferença. Nossas ações externas têm gerado escuta qualificada, diagnóstico e envolvimento real da população.”
Apesar dos avanços, os desafios ainda são grandes. Segundo a coordenadora, um dos principais obstáculos é romper os marcadores sociais que dificultam o acesso pleno dos jovens aos direitos. “A violência e a desigualdade atravessam esses territórios e dificultam nosso trabalho, mas também nos impulsionam. A gente não desiste, porque sabe que cada vida importa.”
Ela finaliza reforçando a importância de olhar para os jovens além de suas ações. “A sociedade costuma rotular o jovem pelo que ele faz. A gente olha para quem ele é. Ele é uma história, e é nessa história que precisamos acreditar.”
Com informações: Onildo Rodrigues
Por: Mayara Nailanne
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