“A prioridade é da SAF, a não ser que apareça um negócio bem melhor”, diz Zé Chico sobre dívida e possibilidade de venda do CT do Fluminense de Feira

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

Faltam exatamente 10 dias para que se encerre o prazo dado pela Justica do Trabalho, a fim de que o Fluminense de Feira apresente uma solução para a dívida trabalhista orçada em R$ 3 milhões de reais. Caso não pague, o clube poderá ter o seu Centro de Treinamento (CT) penhorado e ir a leilão.

No domingo (2), Rômulo Caribé Pereira, vice presidente do Conselho Fiscal do clube, relatou em entrevista ao Conectado News, que a situação era mais grave do que se estava divulgando e que uma das saídas seria a venda do CT. Caribé também levantou a possibilidade do pagamento da dívida pela SAF (Sociedade Anônima de Futebol), mas, como o contrato com o clube estipulava o pagamento em 10 anos, o que não foi aceito pela Justiça que fixou em 25 meses por motivo do clube ter descumprido acordos anteriores, estaria ocorrendo uma resistência da SAF em quitar a dívida.

O advogado e ex-presidente do Fluminense de Feira, Hercules Oliveira, afirmou que poderia usar de mecanismos técnicos e jurídicos para impedir o que chamou de "usurpação do patrimônio" e apontou como solução a venda da área da frente do CT que segundo ele está avaliada em R$ 8 milhões.

O CEO da SAF do Fluminense de Feira, André Oliveira também se manifestou sobre o assunto, chamando algumas pessoas de oportunistas, afirmando que o problema não era dele nem da SAF e que eles não eram filantropos, que se investe em um negócio visando lucro, não é só por amor.

Nesta sexta (7), o presidente do clube, o empresário Zé Chico, detalhou a reunião que foi feita na quinta (6), informou que a prioridade da compra será da SAF, mas que tudo será decidido em assembleia.

"Fizemos essa primeira reunião na quinta (6), onde além de mim, participaram os presidentes Hercules Oliveira, Clóvis Cedraz, o advogado Dr. Tiago, Fernando Tadeu, Murilo, representante da torcida, o Emanuel também já fez parte da diretoria, Rômulo Caribé, do Conselho Fiscal, Alan representante do Conselho Deliberativo, pautamos e levantamos essa questão do valor real do bem, para que possamos junto com a SAF chegar a um denominador comum em forma de pagamento e até o dia 17 deste mês, dar uma resposta a juíza, ter isso formatado, para que eles assumam esse valor, e criar a condição de pagar o excedente do valor da venda da área, onde o Fluminense ainda terá 10% desse bem. A prioridade está sendo dada a SAF, a não ser que apareça um negócio bem melhor, a SAF está trabalhando, montando um CT, que atualmente está organizado, estamos dando essa prioridade a eles como parceiros que são, até porque o Fluminense ainda fica com 10% se houver essa negociação, porém, se alguma outra empresa ou pessoa quiser fazer algum acerto, não tem problema nenhum. A SAF está empenhada em fazer o justo, quanto vale, pagar, tirar esse problema da Justiça do Trabalho, pois todos sabem que a penhora pode resultar em leilão, isso não queremos que aconteça com o CT do clube, pois se a SAF compra, parte fica para o Fluminense. Entendo que o momento deve ser de tranquilidade, as pessoas falam muito nos grupos de WhatsApp, mas temos tratado isso com muita tranquilidade e tenham certeza que faremos o melhor para o clube e um olhar para que a SAF possa ter garantias de permanecer por 20 anos no clube. Na reunião, todos conversaram, cada um deu sua opinião, e faremos da melhor maneira possível, lembrando que será levado à assembleia do clube, ninguém decide nada, porém, devemos ter celeridade, para que essa área não vá a leilão, trabalharemos para que isso não aconteça", concluiu.