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Exclusivo: “Laranja de Luxo”: os indícios que ligam Nayan Rosa Barreto ao deputado Dal Barreto, investigado pela máfia dos combustíveis

Por Redação – Investigação Especial

23/10/2025 09h04 Atualizada há 6 horas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados
Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

O nome de Nayan Rosa Barreto, irmão do deputado federal Dal Barreto (UB), voltou a ganhar destaque nas rodas políticas baianas e nos bastidores empresariais do setor de combustíveis. Empresário do interior da Bahia, Nayan figura em diversos registros como proprietário de mais de 25 empreendimentos ligados ao comércio de combustíveis, o que segundo fontes do setor, levanta suspeitas sobre o verdadeiro controle desses negócios. 

DOAÇÕES E RELAÇÕES POLÍTICAS

A suspeita se fortalece diante de um fato concreto: Nayan Rosa Barreto doou R$ 10.000,00 (dez mil reais) para a campanha eleitoral do deputado federal Dal Barreto (União Brasil) em 2022, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no sistema oficial DivulgaCandContas.

NEGÓCIOS, POLÍTICA E SUSPEITAS

Segundo fontes, os comentários que rolam nos bastidores da política é de que Nayan seria supostamente um “laranja de luxo” do deputado, operando nos bastidores para movimentar capital, controlando postos e distribuidoras em nome do parlamentar. O modelo é conhecido nos meios de investigação financeira, quando pessoas físicas são utilizadas para mascarar a verdadeira propriedade de empresas e bens, com o objetivo de ocultar patrimônio, lavar recursos ou contornar fiscalizações.

Fontes ligadas ao setor confirmam que Nayan administra, direta ou indiretamente, dezenas de CNPJs ativos em municípios distintos, muitos deles com coincidências geográficas e comerciais com empreendimentos de interesse político de Dal Barreto.

CONTRATOS COM O GOVERNO FEDERAL

Outro ponto que acendeu o alerta de órgãos de controle é que diversas empresas em nome de Nayan Rosa Barreto possuem contratos ativos com órgãos públicos do Governo Federal, em especial com autarquias e empresas públicas vinculadas ao setor logístico e de transporte de combustíveis. Os dados, obtidos por meio de consultas ao Portal da Transparência e ao compras.gov.br, indicam que parte dessas empresas forneceu combustíveis, lubrificantes e serviços de transporte a órgãos federais nos últimos anos, com contratos que, somados, ultrapassam a casa dos milhões de reais.

Veja aqui notas fiscais de serviços prestados.

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Para investigadores e auditores, esse tipo de vínculo levanta suspeitas de possível uso de empresas de fachada para movimentar recursos públicos, em um circuito financeiro que pode estar conectado ao grupo político do deputado Dal Barreto.

DEPUTADO SOB INVESTIGAÇÃO FEDERAL

A ligação entre o deputado e o setor de combustíveis não é novidade para as autoridades. Dal Barreto é investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Overclean, deflagrada para apurar fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo contratos públicos e o comércio de combustíveis na Bahia.

De acordo com reportagens publicadas na imprensa nacional, a PF realizou buscas em um posto de combustíveis ligado ao parlamentar e em imóveis de alto padrão associados a ele, tendo um operador financeiro de Dal Barreto, identificado como Ubaldo Neto, passou a usar tornozeleira eletrônica após se apresentar à Polícia Federal em Salvador.

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Segundo a Polícia Federal, o objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

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Diante da repercussão, o deputado divulgou nota pública, negando envolvimento com qualquer esquema criminoso e afirmou “confiar na Justiça”. (Leia abaixo).

"O Deputado Federal Dal (Adalberto Rosa Barreto) vem a público manifestar-se sobre a operação da Polícia Federal, realizada em 14 de outubro de 2025, conforme veiculado pelos meios de comunicação.

Esclareço, por oportuno, que não tive acesso ao inquérito policial, apenas ao mandado de busca e apreensão, não tendo, portanto, conhecimento acerca dos fatos investigados. Dessa forma, coloco-me à inteira disposição da Polícia Federal para colaborar com as investigações e prestar os devidos esclarecimentos, sempre que solicitado, agindo com transparência e respeito às instituições.

Reitero, igualmente, minha plena confiança nas instituições brasileiras e que, tão logo seja possível, todos os pontos serão devidamente esclarecidos, seja por meio do meu depoimento às autoridades competentes ou por intermédio da defesa técnica devidamente constituída nos autos do inquérito, pois tenho certeza da conduta proba, republicana e dentro da legalidade que sempre tratei com os recursos públicos, logo a minha completa inocência será amplamente demonstrada.

Reafirmo, ainda, meu compromisso com o povo baiano, com a verdade e com a legalidade, confiando que a apuração será conduzida de forma isenta, técnica e respeitosa".

SOCIEDADE REVELADA E MODUS OPERANDI

Durante o avanço da investigação, foi constatado que Nayan Rosa Barreto é sócio de Adalberto Rosa Barreto (Dal) em diversos empreendimentos comerciais, configurando um vínculo societário direto entre ambos.

Esse dado reforça o indício de lavagem típica, em que o agente político se vale de estruturas empresariais em nome de terceiros — no caso, o próprio Nayan — para dissimular a origem e o controle do patrimônio. O modus operandi segue o mesmo padrão de operações fraudulentas sofisticadas, semelhantes às já identificadas em esquemas empresariais de ocultação de ativos na região da Faria Lima, em São Paulo, notadamente associadas à figura de Beto Louco, conhecido por arquitetar estruturas complexas de dissimulação patrimonial.

O ELO ENTRE AS EMPRESAS E A POLÍTICA

O cruzamento entre a doação eleitoral registrada no TSE, o volume de empresas de Nayan Rosa Barreto, os contratos com órgãos federais e a investigação da PF sobre Dal Barreto acende um alerta entre órgãos de controle. Especialistas em combate à corrupção consultados pela reportagem destacam que a utilização de laranjas é uma das estratégias mais comuns para ocultar patrimônio e disfarçar conexões políticas e financeiras ilícitas.

“Quando uma mesma pessoa concentra dezenas de empresas em setores sensíveis, como o de combustíveis, e ainda firma contratos públicos relevantes, é preciso investigar se há independência real ou se ela atua como interposta pessoa”, explica um auditor federal ouvido sob anonimato.

O caso reforça a necessidade de o Ministério Público Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) aprofundarem as análises sobre o fluxo de recursos entre empresas ligadas a Nayan e eventuais contratos públicos associados ao grupo político de Dal Barreto.

CONCLUSÃO: A ENGRENAGEM DA INFLUÊNCIA

Enquanto a Polícia Federal segue colhendo provas, cresce a percepção de que a relação entre Nayan Rosa Barreto e Dal Barreto ultrapassa o campo político. A doação de campanha, os vínculos empresariais, os contratos públicos federais e a coincidência de áreas de atuação — especialmente no lucrativo setor de combustíveis — formam um padrão clássico de interdependência financeira e política.

A reportagem continuará acompanhando o caso e buscará, junto ao Ministério Público Federal, à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Receita Estadual, novas informações sobre a movimentação societária e contratual das empresas em nome de Nayan Rosa Barreto. Afinal, como afirmam investigadores experientes, onde há fumaça, há combustível, e possivelmente, corrupção.

Aguardamos um posicionamento do deputado acerca das situações apresentadas na reportagem.

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Quem anda com porcos , farelo come!!!!Há 6 horas Feira de Santana Esse é o DEPUTADO MALA SUJA QUE O VHEREADHOR ZÉ CARNEIRO QUER ELEGER EM FEIRA DE SANTANA, O QUE INTERESSA É O DINHEIRO DA VENDA DOS VOTOS, A POPULAÇÃO QUE SE EXPLODA, O PIOR É QUE O CABIDE DE EMPREGOS, VOTA NOS POLÍTICOS CORRUPTOS.
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