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Ela seria algemada e presa em flagrante

Por Luiz Santos, radialista e jornalista

07/01/2025 07h34 Atualizada há 1 semana
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Reprodução
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Acompanhamos estarrecidos através das imagens, o flagrante crime de injúria racial praticado por uma enfermeira identificada por Camila Ferraz Barros contra Geórgia Pimenta, gerente de um pet shop em Salvador. As imagens falam por si. À maneira na qual a enfermeira trata a funcionária deve ser acrescida de outro crime: a profissional se identifica como juíza, afirmando que prenderia todo mundo.

Algumas perguntas que não querem calar são: se fosse o contrário, será que Geórgia estaria solta para investigar, apurar o caso e remeter para o Ministério Público da Bahia (MPBA)? Caso houvesse provas robustas, poderia oferecer denúncia ao TJBA (Tribunal de Justiça da Bahia)? Ou essa mulher, seria presa em flagrante pela Polícia Militar por oferecer perigo?

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É inadmissível em um Estado da federação, no qual a grande maioria da população é formada por negros e negras, vermos diariamente, esses flagrantes de crimes. E o pior, algumas pessoas acham que discriminação racial é "mimimi". 

Pessoas com o comportamento desta enfermeira são encontradas constantemente em vários lugares da Bahia e no Brasil. Muitos não expressam, mas é visível diante das piadas, brincadeiras de mal gosto, a forma com que muitos tratam a nós, negros. Em diversos casos, nem sempre há câmeras para registrar flagrantes desta natureza, além do que, devido a necessidade das vítimas em reunir provas, acabam deixando para lá.

A Constituição Federal de 1988 diz que "somos todos iguais perante a lei". Mas, ao que parece, tem gente que se sentem superior ao outro simplesmente pela cor da pele ou condição social. Que todos(as) nós, homens e mulheres negras, possamos nos unir cada vez mais para combatermos esses preconceitos estruturais enraizados nos corações de algumas pessoas.

Por fim, acredita-se que a educação pode transformar essas pessoas e que os praticantes desses crimes possam ser punidos, e não as vítimas, que além do preconceito sofrido, em muitos casos, têm de provar o fato.

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