O ovo, conhecido por seu alto valor nutricional e pela acessibilidade de preço, tem se consolidado cada vez mais como um alimento essencial no dia a dia dos brasileiros. Rico em proteínas e com vitaminas de alto valor biológico, o ovo é considerado por nutricionistas como um dos alimentos mais completos — logo atrás do leite materno, conforme explica a nutricionista Camila Araújo: “O ovo é um alimento completo, possui vitaminas, minerais e nutrientes essenciais para o nosso corpo. Apesar de seu colesterol, estudos comprovam propriedades importantes que contribuem para o desenvolvimento cerebral e controle da ansiedade”.
Foto: Luiz Santos
Para o comerciante Gleidson Nascimento Bacelar, a procura por ovos atualmente está baixa, mesmo com a redução dos preços. "O consumo está bem abaixo do esperado. Pode ser que melhore, mas, por enquanto, a demanda ainda está baixa", afirmou.
Em relação à quantidade vendida diariamente, ele explicou que não há uma previsão exata, mas que a movimentação é boa. Além de atender o consumidor final, a empresa também distribui para vários tipos de clientes. "Os preços das placas de ovos estão variando entre R$ 13,00 e R$ 17,00, enquanto a de ovos caipiras custa cerca de R$ 22,00. "Antigamente, o preço das placas chegava a R$ 20,00, e a de ovos caipiras, até R$ 30,00", comentou.
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Como os ovos são altamente perecíveis, Gleidson adota uma estratégia de estoque reduzido e constante renovação de mercadoria para evitar perdas. "Trabalhamos com uma quantidade menor e com produtos frescos, sempre para garantir que cheguem ao cliente com boa qualidade."
Com mais de 30 anos de experiência no mercado de ovos, Gleidson relatou que a queda de preços tem sido positiva para o consumidor, mas não tanto para os produtores, que estão enfrentando dificuldades para obter o retorno esperado. “É um produto perecível, e há muito trabalho envolvido na produção, mas o retorno financeiro está abaixo do ideal.”
Antonio Rosevaldo economista e professor da Uefes, ficou surpreso ao ver um carro vendendo ovos passar pela sua rua, algo que ele não via há algum tempo. "Eu me perguntei: por que o carro do ovo sumiu? Mas, se você observar bem, surgiram várias lojas especializadas em vender apenas ovos nos bairros, resultado do aumento da oferta de ovos, especialmente aqui na Bahia", explicou ele.
Ele destacou o crescimento da produção em municípios baianos como Eunápolis, no extremo sul; Barreiras, no oeste; e Entre Rios, que têm contribuído para essa expansão. "A produção é pequena, mas crescente. Esses três municípios produzem juntos cerca de 45 milhões de dúzias de ovos ao ano. Em comparação, o município de Santa Maria do Jequitibá, no Espírito Santo, que é o maior produtor nacional, produz aproximadamente 400 milhões de dúzias."
O economista pontua que, ao substituir o produto importado de outros estados pelo produto local, o custo do frete — que representa uma parte significativa do preço final — é reduzido, resultando em preços mais baixos para o consumidor. "Com o aumento da produção de ovos na Bahia, os preços tendem a cair, como ocorre em todos os produtos quando há produção local maior."
Ele sugere que Feira de Santana deveria explorar seu potencial agrícola, especialmente considerando seu vasto território. "Para você ter uma ideia, o território de Feira de Santana é maior que o da cidade do Rio de Janeiro e maior que o de Salvador. Com uma população menor, isso significa que temos espaços a ocupar e uma zona rural que pode ser muito produtiva, inclusive na produção de ovos."
Foto: Luiz Santos
Mãe e filha, Lia e Vitória, comentaram sobre o hábito de compra e consumo de ovos semanalmente. "A gente malha, e como minha filha disse, o ovo é uma fonte de proteína mais acessível, rápido tanto no preparo quanto em encontrar," disse Lia, a mãe.
Questionada sobre como costuma preparar o ovo, Lia respondeu: "Eu passo numa gotinha de azeite, faço mexido, é rápido, gostoso e supre a necessidade." Ela ainda observou que os preços caíram bastante, o que torna o produto mais acessível: "Eu sempre compro aqui, porque o preço é acessível e confiável. Quem vende na rua ou no centro cobra um pouco mais caro."
Vitória, a filha, completou: "Saímos da academia e já passamos aqui para pegar nossa fonte de proteína. Depois vamos para casa fazer um ovinho frito, uma delícia."
Quando perguntadas sobre o consumo diário, Lia mencionou que cada pessoa da casa consome, em média, três a quatro ovos por dia. "Em casa somos quatro pessoas, então haja ovos!"
O comerciante Fidel Souza destacou que a variação dos preços dos ovos brancos, vermelhos e caipiras no mercado é resultado de uma combinação de fatores. "Um dos principais motivos para a redução de preços é a elevada oferta doméstica de ovos, que está pressionando os preços para baixo. Além disso, a demanda retraída também contribuiu para essa queda; as vendas reduzidas ao longo dos meses resultaram em um mercado mais equilibrado e competitivo", pontuou.
Segundo Fidel, é importante notar as diferenças de preços entre os ovos brancos, vermelhos e caipiras. Atualmente, a oferta e a demanda em relação a esses preços estão cada vez mais equilibradas. Fatores climáticos, como o calor, também podem afetar a produtividade das galinhas e a qualidade dos ovos.
Ao analisar os preços, é essencial considerar a oferta doméstica, a demanda retraída e a dinâmica entre oferta e demanda. No Brasil, esses fatores estão influenciando o mercado de ovos, resultando em variações nos preços dos diferentes tipos. Em Feira de Santana, existem vários produtores de ovos caipiras, que vão de pequenos a grandes, e, com a crescente oferta de ovos brancos e vermelhos, eles também se sentem pressionados a oferecer preços competitivos.
Fidel ressaltou que os ovos caipiras, provenientes de galinhas de quintal, têm uma qualidade diferenciada. Para a economia e a satisfação do consumidor, isso representa um ponto positivo. Há algum tempo, não se via tanto a venda de ovos brancos, mas essa cultura está começando a voltar.
Foto: Luiz Santos
Leone Freitas contou à reportagem do Conectado News que, apesar da ausência dos famosos carros de ovos circulando pelas ruas, as distribuidoras de ovos estão cada vez mais presentes em diferentes bairros. "Em todos os apartamentos que a gente chega, encontramos ovos à venda. Aqui no bairro Tomba, estamos em uma distribuidora, conferindo de perto o pessoal comprando ovos. Hoje em dia, os especialistas dizem que o ovo deixou de ser vilão e já faz parte do nosso cardápio no café da manhã, almoço ou jantar."
Durante a entrevista, Leone abordou a questão dos preços. "É um preço razoável, porque precisamos que a nossa economia se ajuste ao que o povo precisa. Não adianta comprar algo que não é acessível para a população. Graças a Deus, a economia está melhorando, e os ovos estão se tornando mais acessíveis para quem mais precisa," afirmou ele.
A nutricionista Camila Araújo revela tudo o que você precisa saber sobre esse ‘superalimento’
Foto: Arquivo pessoal
A nutricionista Camila Araújo falou sobre a dualidade do ovo: ele é um vilão ou mocinho? Atualmente, o ovo é considerado um dos alimentos mais completos que temos, logo após o leite materno. Rico em nutrientes, proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais essenciais, o ovo é economicamente acessível. Durante muito tempo, foi visto como vilão por conta do colesterol presente na gema, mas estudos já comprovaram suas propriedades benéficas para a saúde.
Camila destacou que o ovo contribui para o bom desenvolvimento cerebral, ajuda a controlar a saciedade e a ansiedade, além de fornecer nutrientes como vitaminas do complexo B, vitamina A, ferro e zinco. Essas são apenas algumas das razões que tornam o ovo um excelente alimento, rico em nutrientes variados.
Para saber se o ovo está fresco, a nutricionista informou que existem duas maneiras: em casa, você pode colocar o ovo em uma vasilha com água; se ele afundar, é um ovo fresco; se flutuar, é sinal de que está estragado. Outra forma é usar uma lanterna: um ovo fresco ficará transparente e bem iluminado; se estiver escuro, já está estragado e deve ser descartado.
Em relação à forma de consumo, a nutricionista pontuou que a melhor maneira de preparar o ovo é cozido, mas ele também pode ser feito como ovo pochê ou mexido. "Além disso, é um ingrediente prático para receitas como bolos, crepiocas ou recheios. O ovo é um alimento extremamente nutritivo e versátil, ideal para diversas preparações — exceto para pessoas com alergia", finalizou.
Diferença entre os ovos de quintal e granja
As diferenças entre galinhas de quintal e galinhas de granja são marcantes e refletem práticas de criação que impactam tanto a saúde das aves quanto a qualidade dos ovos produzidos. As galinhas de quintal são criadas em pequenas quantidades, geralmente em quintais ou sítios, onde desfrutam de uma alimentação diversificada que inclui alimentos naturais e suplementos eventuais. Esse modelo de criação proporciona mais espaço para movimentação e exercícios, resultando em uma produção de ovos mais lenta, mas de melhor qualidade e sabor. Além disso, essas aves apresentam maior resistência a doenças, embora seu custo seja mais elevado em comparação com as galinhas de granja.
Por outro lado, as galinhas de granja são criadas em larga escala, em condições controladas que priorizam a produtividade. Alimentadas com ração específica, sua dieta é otimizada para garantir uma produção rápida e abundante de ovos, mas isso ocorre em ambientes com menos espaço e mais confinamento, como gaiolas ou galpões. Essa proximidade e o estresse gerado no ambiente impactam a saúde das aves, tornando-as mais sensíveis a doenças. Embora o custo de produção seja mais baixo, as diferenças na qualidade dos ovos e na qualidade de vida das aves são evidentes. Em suma, essas distinções entre a produção artesanal e industrial têm implicações significativas tanto para os consumidores quanto para o bem-estar animal.
Reportagem: Luiz Santos
Por: Mayara Nailanne
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