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Saúde AVC

HGCA reforça importância do atendimento rápido no Dia Mundial de Prevenção ao AVC

Feira de Santana

22/10/2025 14h05 Atualizada há 4 horas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Ascom
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O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), referência em atendimento a vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) na Bahia, reforça o Dia Mundial de Prevenção ao AVC, celebrado em 29 de outubro, sobre a importância do reconhecimento precoce dos sinais da doença e da chegada rápida ao hospital. A unidade, que é centro de referência estadual para o tratamento de urgência e emergência neurológica, registrou 1.400 atendimentos a vítimas de AVC em 2024 e, até agosto deste ano, já ultrapassou a marca de 600 casos, entre isquêmicos e hemorrágicos.

De acordo com a neurologista Renata Nunes, coordenadora do Serviço de Neurologia do HGCA, o desafio ainda está no tempo entre o início dos sintomas e o atendimento hospitalar.

Neurologista Renata Nunes - Foto: Ascom

“O número de pacientes que consegue chegar nas primeiras 4h30 após o início dos sintomas ainda é menor do que o ideal. Nesse período, conseguimos realizar a trombólise, um tratamento que pode reverter o quadro e reduzir as sequelas. Em 2025, 67 pacientes chegaram dentro dessa janela e puderam receber essa terapia com sucesso”, explicou a médica.

A especialista destaca que, embora a maior parte dos casos ainda ocorra em pessoas com idade entre 65 e 75 anos, há um crescimento preocupante de episódios em pacientes jovens, principalmente mulheres com menos de 50 anos.

“O AVC não é uma doença apenas de idosos. Temos visto um aumento expressivo em pessoas jovens, muitas vezes relacionado ao uso de anticoncepcionais, tabagismo, estresse e hipertensão descontrolada”, alerta Renata Nunes.

Um problema de saúde pública crescente

No Brasil, o AVC continua entre as principais causas de morte e incapacidade. Dados do Ministério da Saúde e do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil (2025) apontam que, somente em 2024, mais de 84 mil brasileiros morreram em decorrência da doença — o equivalente a uma morte a cada sete minutos. O AVC isquêmico representa cerca de 85% dos casos, enquanto o hemorrágico, embora menos frequente, é o mais letal.

Um estudo publicado pela Revista F&T (2025) mostra que a faixa etária mais atingida concentra-se entre 70 e 79 anos, mas os casos em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 15% nos últimos anos. Fatores como obesidade, sedentarismo, má alimentação e o consumo de álcool e cigarro têm contribuído para o surgimento precoce da doença.

Prevenção e reconhecimento dos sinais

Para a neurologista, a informação ainda é a principal ferramenta de prevenção.
“Reconhecer os sinais é o primeiro passo para salvar vidas. Fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar, perda da visão e desvio da boca são sintomas de alerta. Ao perceber qualquer um deles, é preciso agir rápido e buscar imediatamente um hospital de referência”, reforça a médica.

O HGCA é um dos principais centros públicos da Bahia a realizar o protocolo de trombólise e a contar com equipe neurológica de plantão 24 horas, oferecendo atendimento especializado a toda a macrorregião centro-leste do estado.

Corrida de Prevenção ao AVC, Saúde em movimento

Como parte das ações do Dia Mundial de Prevenção ao AVC, o Hospital Geral Clériston Andrade realiza, neste domingo, 26 de outubro, a Corrida de Prevenção ao AVC, evento que já se tornou tradição em Feira de Santana. A iniciativa busca incentivar hábitos saudáveis e levar informação à população sobre os fatores de risco e formas de prevenção.

A atividade, que deve reunir centenas de participantes entre profissionais de saúde e corredores amadores, contará com percurso na Avenida Noide Cerqueira, animação musical e espaços de orientação médica. O evento é promovido pelo HGCA com apoio da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e parceiros institucionais.

“A corrida simboliza o que defendemos todos os dias: o movimento pela vida. A prática de atividade física regular é uma das formas mais eficazes de prevenir o AVC e outras doenças cardiovasculares”, conclui a neurologista Renata Nunes.

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