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Plantando dificuldades para colher facilidade no caos

Por Luiz Santos

21/05/2024 08h48 Atualizada há 1 ano
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
REUTERS/Amanda Perobelli
REUTERS/Amanda Perobelli

A ganância de alguns tem feito milhões de pessoas passarem fome no Brasil e no mundo. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aproximadamente 30% do que é produzido no Brasil é jogado fora, o que equivale a cerca de 46 milhões de toneladas de alimentos por ano. Enquanto isso, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) em 2022, mais de 70,3 milhões de brasileiros viviam em insegurança alimentar, ou seja, não tinham acesso às três refeições diárias.

Além do desperdício, que provoca a fome, há a ganância de muitos produtores de alimentos que teimam em “plantar dificuldades para colher facilidade”. Todos nós brasileiros estamos acompanhando a calamidade provocada pelas chuvas que se abate sobre o Rio Grande do Sul, com mortes, desabrigados e tantas outras mazelas, e alguns municípios gaúchos vão ter que praticamente recomeçar do zero.

Ainda assim, diante de tal situação, alguns gananciosos continuam querendo se locupletar tirando proveito diante da tragédia. Alguns chegaram a elevar os preços de muitos produtos considerados essenciais para a sobrevivência, a exemplo de um vasilhame de água mineral de vinte litros sendo vendido por mais de 80 reais.

Sem falar de empresários inescrupulosos do agronegócio que estão querendo aplicar em toda a população brasileira os preços exorbitantes no valor do arroz. Isso porque 70% desse produto tão importante para a alimentação do brasileiro tem origem no Rio Grande do Sul.

Chegaram até falar que poderia faltar arroz no Brasil, mas bastou o governo federal anunciar que iria importar o produto, esses empresários cuidaram de dar jeito rapidamente e afirmaram que “não é necessário importar porque temos arroz suficiente para atender à demanda”. Dos gananciosos que plantam dificuldade em meio ao caos para colher facilidade não podemos esperar coisa boa. Querem lucrar e “os demais” que morram de fome, são estes que defendem o quanto pior melhor.

É preciso reconhecer que o agronegócio gera empregos e renda para o país. Porém, não se pode esquecer que 70% da alimentação do povo brasileiro vem da agricultura familiar. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), a agricultura familiar responde por 40% da renda da população economicamente ativa de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes.

Que possamos valorizar os pequenos produtores, sem esquecer dos grandes, mas, saber dizer não aos gananciosos.

Por Luiz Santos, radialista e jornalista

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