O que é mais importante: a vida de um cachorro ou de um pai de família?

Ao que parece vive-se uma inversão de valores no Brasil, onde a vida humana tornou-se menos importante que a de um cachorro ou qualquer outro animal. Tem sido comum manifestações em defesa dos animais, algo que também concordamos, até porque os animais são inocentes e indefesos e precisam de proteção. No entanto, não se percebe essas mesmas movimentações quando um pai de família é vítima da violência do trânsito nas ruas e rodovias deste país.

O país tem acompanhado estarrecido a morte de um motorista por aplicativo em São Paulo, causada por um homem de classe alta que dirigia a uma velocidade de 156km/h, segundo divulgado, numa via na qual a velocidade permitida é 50 km/h. O assassino, bêbado, em "um carrão", matou e ainda, salvo melhor juízo, foi amparado por quem deveria aplicar a lei.

Recentemente em Feira de Santana, na terça (23), o vigilante Ademir Farias Oliveira (32), pai de três filhos, foi atropelado e morto, enquanto pedalava uma bicicleta, por um veículo descontrolado cujas imagens de câmeras mostram que o assassino trafegava acima da velocidade permitida para o local. Embora as leis de trânsito pareçam ser rígidas, a aplicabilidade destas na prática são frágeis e muitas vezes, os infratores não são punidos por cometer crimes no trânsito.

Quando pergunto o que é  mais importante: a vida de um cachorro ou de um pai de família, obviamente que refiro-me à morte de um cão de estimação que morreu em um vôo que deveria ir para Sinop, no Mato Grosso e acabou indo para Fortaleza no Ceará, vindo a óbito. A empresa responsável pelo ocorrido foi a Gol, que deve ser penalizada pelo crime cometido.

Sobre o ocorrido, a morte do cachorro, conhecido como Joca, fez com que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), saísse em defesa do animal. Talvez pra ficar "de boa" com os movimentos que defendem os animais, ou para aumentar sua popularidade que anda em baixa ultimamente, não se sabe ao certo.

Fato é que não  se vê esses movimentos, as autoridades levantar a voz para combater e punir os assassinos que têm matado diariamente no trânsito do Brasil. Entra ano e saí ano e as estatísticas só aumentam sobre o número de mortos no Brasil. Segundo informações apuradas pelo Conectado News, mais de trinta mil pessoas morrem neste país anualmente vítimas de acidentes de trânsito.

Diante disso, faz-se nescessário mais aplicação das leis, mais punição para os motoristas infratores, e muito mais campanhas de conscientização sobre o trânsito, não apenas nos meses de maio e setembro. Fazer isso para que outros Ademir Farias e Ornaldo da Silva não sejam vítimas. Enfim, que possamos valorizar a vida dos animais, sem no entanto,  desvalorizar a vida humana.

Por Luiz Santos, radialista e jornalista