Eles brigam e o povo morre

Acompanhamos estupefatos a situação da saúde pública no Brasil e, em especial, em Feira de Santana. As reclamações nos veículos de comunicação do povo que mais precisa são constantes. Faltam medicamentos, faltam médicos, leitos hospitalares e até vagas nas Unidades de Terapias Intensivas (UTI's). 

Essa situação vem se arrastando há anos ou décadas. O povo pena nas filas e muitas vezes pra ser atendido é preciso clamar a um político que sempre aparece como um bom samaritano para ajudar. Nestes casos são na verdade aproveitadores, querem mesmo se locupletar politica e/ou financeiramente.

Nesta cidade já foi registrado o famoso caso das "Guias Amarelas", em que alguns vereadores andavam com as requisições dentro de uma pasta e despachavam até exames. Os anos se passaram e, ao que parece, nada mudou na saúde pública da Princesa do Sertão. O povo, que na maioria das vezes só tem valor na hora do voto, continua na peregrinação batendo nas portas dos políticos e clamando através dos veículos de comunicação por ajuda quando o assunto é saúde.

Enquanto isso o povo morre nas filas da regulação, sofre a falta de médico e até material para fazer um simples curativo nos postos de saúde, UPAs e Policlínicas. Agora, como se não bastasse, está uma guerra de narrativas, acusações do Estado contra o Município. Aquele acusa este de "calote", enquanto este diz que a "culpa daquele que não faz sua parte". O Ministério Público Estadual (MPE) entrou na jogada e pede que o Município de Feira de Santana resolva o problema.

Esperamos que dessa vez, com o MP-BA entrando na "parada", o problema da saúde pública em Feira possa ser amenizado. Que Estado e Município possam se unir para a solução do problema, para o bem dos menos favorecidos, das pessoas que não têm condições de pagar um plano de saúde, pois são essas pessoas que colocam vossas excelências no poder. 

Por fim, que as autoridades usem os veículos de comunicação para resolver os problemas da saúde pública no Estado e em Feira de Santana. E não para "atacarem" uns aos outros, pois enquanto se  "atacam", "brigam" e transferem responsabilidades o povo, inocente, morre à espera de atendimento médico, de medicação.

Por Luiz Santos Radialista e Jornalista