Existem duas máximas que dizem: violência gera violência e toda ação gera uma reação. Geralmente a ação de quem sofre uma violência é reagir com mais violência ainda. Muito tem se falado sobre a violência nas escolas, nas famílias e em tantos outros locais e/ou momentos. E no momento em que a Polícia Militar é convocada para combater essas violências, o que dizer, então, da violência praticada por quem é pago para combater a violência? A quem se deve recorrer nestes casos?
Infelizmente, existe no Brasil, a cultura da violência enraizada entre alguns polícias militares, que, nas chamadas festas populares como carnaval, micareta enfim, estes agente públicos, ao que parecem, aproveitam para exacerbar seus ódios, suas mágoas e frustrações e acabam por “espancar” o cidadão que muitas vezes só está ali para se divertir, sem nenhum envolvimento com qualquer possível briga existente no percurso da festa, neste caso da micareta de Feira de Santana, 2023.
Imagens captadas do circuito Maneca Ferreira, espaço onde se realizou a Micareta de Feira de Santana 2023 e que circulam na internet são chocantes, repugnantes e abomináveis. Basta observar pessoas sendo agredidas gratuitamente por policiais militares com a famosa “fanta” ou cassetete, simplesmente porque estão dançando ou gingando, como falamos aqui na Bahia, ao som de uma ou outra atração micaretesca.
A cultura da violência tem que ser discutida exaustivamente, principalmente pelo alto comando da PM-BA, no sentido de orientar aos seus comandados como devem ser feitas as abordagens policiais, em momentos de grandes aglomerações. Ninguém tem olhos nas costas para enxergar a patrulha vindo atrás, ou mesmo quando vem uma patrulha e todo mundo ter que sair correndo e abrir espaço para que a PM passe. Educação vai bem em qualquer lugar, em qualquer hora e com qualquer pessoa. Pedir licença, dizer obrigado, por favor não tira a patente de ninguém. Nem mesmo da polícia militar.
Não custa nada colocar a mão no ombro do folião e pedir licença. Sair empurrando as pessoas com um pedaço de madeira como se fosse um objeto, não contribuirá para cultura de paz. Sobre isso, em conversa com alguns PM’s, estes têm repudiado veementemente a agressão praticada por colegas de farda.
Que o secretário de Segurança Pública do Estado da Bahia, Marcelo Werner, o comandante-geral da PM-BA, Paulo Coutinho e o próprio governador do estado, Jerônimo Rodrigues, chamem os responsáveis por tais agressões para uma conversa o mais breve possível. Que essa cultura da violência seja cessada e que fatos como estes ocorridos na Micareta de Feira não se repitam mais nem aqui e nem em nenhum outro evento; que as pessoas tenham sempre respeito pela PM-BA, não medo; que sejamos daqueles e daquelas que entendem e preferem a polícia por perto sempre; que não nos sintamos amedrontados(as) e inseguros(as) com a presença da polícia.
Por fim, que as vítimas dessas agressões não se sintam ameaçadas ao registrar Boletins de Ocorrências (BO) e exigirem respeito. Que seus direitos de cidadãos e cidadãs sejam preservados e que os verdadeiros abnegados da PM continuem lutando para combater a cultura da violência, sendo, no entanto, os culpados severamente punidos para servir de exemplo, evitando, assim, que uma fruta podre possa estragar todas as demais da fruteira.
Por Luiz Santos, Radialista e Jornalista
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