“Jerônimo Rodrigues vem a Feira para inaugurar viaduto”. “Lula vem a Feira para inauguração do viaduto da UEFS”. [...] Essas foram algumas das manchetes estampadas no noticiário baiano, especialmente feirense, nos dias que antecederam esta terça-feira, 14. Faziam referência a inauguração do viaduto construído em frente a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), localizado na BR-116 Norte.
Chegada a terça-feira, na Terra de Lucas, na Princesa do Sertão, de norte a sul, de leste a oeste, o que se ouviu, de um lado da população, foram comentários do tipo "o governador da Bahia está em Feira, né?". Sim, respondiam outros. "Veio inaugurar 'o viaduto de Bolsonaro'". Ao que parece foi a primeira vez na história do Brasil, da Bahia, de Feira de Santana que um governo inaugurou obra iniciada por outro governo.
Vale lembrar que nesta mesma data (14), foi recriado em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Minha Casa Minha Vida, programa de habitação federal do Brasil criado em março de 2009 pelo Governo Lula e renomeado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para Casa Verde Amarela. Para além do nome o programa habitacional que vigorou de 2020 a 2022 no Brasil teve alterado, também, os objetivos, o público e o montante de investimentos federais que foram reduzidos, segundo informações do próprio Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Durante a recriação do programa Minha Casa Minha Vida foram entregues, inicialmente, 684 unidades em dois conjuntos habitacionais (Vida Nova Santo Amaro 1 e Residencial Vida Nova Sacramento), em Santo Amaro, de um total de 2.745 unidades habitacionais que foram entregues na mesma data em outras cidades da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Paraná. SIC, essas unidades habitacionais tiveram suas obras paralisadas nos últimos 4/6 anos ainda que faltasse apenas cerca de 10% para serem concluídas.
Voltando ao caso da inauguração do viaduto “da UEFS”, como destacado por alguns veículos de comunicação, foi inaugurado, ainda, o viaduto que fica no entroncamento que dá acesso aos municípios de Santanópolis e Irará. Na oportunidade, tratou-se da conclusão de obras já iniciadas, lançamento de novas obras ou elaboração de projetos para futuras obras em Feira de Santana. Recuperação da Boate Jerimum do CCAA, retomada da construção do Centro de Convenções, ampliação do Aeroporto de Feira, além de investimentos em um CEASA na Princesa do Sertão, como exemplo, são algumas das obras que o governo da Bahia tem dito que dará especial atenção, segundo informações do site rotadainformacao desta terça-feira, 14.
Aproximando do final deixo alguns questionamentos àqueles(as) cujas obras públicas parecem dever ser inauguradas por quem as constroem:
1 - Qual o problema um governo inaugurar obra iniciada por outro governo?
2 - O pior não seria abandonar essa(s) obra(s) e vê o dinheiro público "descer pelo ralo"?
3 - Quantas obras, por exemplo, foram iniciadas por Lula, Dilma, Temer e pelo último presidente ainda existem no Brasil e carecem ser concluídas? Ou vamos aguardar que quem deu início às obras voltar para concluí-las?
Por fim, deixar claro que não tive qualquer pretensão discutir mérito, ou seja, se o viaduto recém-inaugurado em Feira de Santana foi iniciado pelo governo A e concluído e inaugurado pelo governo B; se as casas entregues em Santo Amaro foram iniciadas pelo governo C, não concluídas pelo governo D e agora finalizadas e entregues pelo governo E. Não é isso. Até porque podem faltar letras no alfabeto para designar governos e obras. O que não pode faltar, smj, são as conclusões, as entregas e que essas obras cumpram as funções para as quais se destinam.
Feira de Santana é grata a quem quer que seja que começou, que concluiu e que inaugurou quaisquer das obras existentes na cidade. De tal modo, guarda a conclusão da duplicação do anel de contorno; conclusão da obra da Lagoa Grande; da construção, já prometida, de um novo anel viário; a construção de um hospital municipal; a mudança da rodoviária para outro local; a “construção” de um aeroporto que atenda as demandas da cidade e de sua população; a construção/finalização/adequação do centro de convenções; a construção de CEASA, enfim. Que venham as obras municipal, estadual ou federal.
Por Carlos Alberto, Professor e Radialista
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