O PP de João Leão e Cacá Leão na base do governo de Jerônimo Rodrigues

Antes mesmo de completar um mês do governo de Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia, o Partido Progressista (PP) do deputado federal João Leão e seu filho Cacá Leão, de Zé Cocá (prefeito de Jequié) e Cia Ltda volta a fazer parte da base do governador. O PP que recentemente havia rompido com o partido do candidato Jerônimo e apoiou o então candidato ao governo da Bahia pelo União Brasil, ACM Neto que lançou Cacá Leão na chapa majoritária na vaga de Senador da República. Os dias se passaram e as aves migratórios bateram asas em busca de alimentos e pousaram no ninho do Governo petista na Bahia.

Desta feita os deputados estaduais eleitos na base do candidato derrotado ACM Neto estão com aquela conversa bonita que "não vão fazer oposição sistemática ao governo de Rodrigues e vão votar no que for melhor para Bahia". É sempre assim na político brasileira, em especial com esses partidos que se dizem de Centro: estão sempre do lado de quem está no poder, querem sempre algum cargo público, é o famoso "toma lá, dá cá"; o verdadeiro "me ajuda, que lhe ajeito".

O PP que até então é comandado na Bahia pela "velha raposa" da política do Estado João Leão cuja juba e as garras já não conseguem mais segurar quase nada. Segundo informações colhidas, Leão deverá perder em breve o comando da sigla no Estado para o ex-deputado federal Ronaldo Carleto do mesmo partido.

Para ser justo e verdadeiro não é só o PP e suas aves migratórios que vão em busca de comida ou que objetivam "se reproduzir" e continuar se perpetuando no poder. Praticamente todos os partidos que fazem parte do chamado Centrão, MDB, União Brasil, PTB, PDT, só para citar alguns, há anos seus presidentes estão em Brasília só articulando e quem ganhar na política, seja nacional, estadual ou local, eles [os partidos] apoiam e buscam abocanhar uma fatia. É o "farinha pouca, meu pirão primeiro".

De maneira geral o que esse  pessoal quer mesmo é ocupar espaços, são os cargos. Assim, podem negociar e ficar como o dito popular "Tudo como dantes no quartel d'Abrantes", seja nas Assembleias Legislativas dos estados, na Câmara Federal, no Senado Federal ou na presidência da República. Tudo acaba virando o "Quem perdeu que chore, eu quero o meu".

Ainda sobre as aves migratórias, os "amantes do poder", essa semana foi possível ver o deputado federal e presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, que apoiou o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de outubro próximo passado, lendo a carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviada ao Congresso Nacional na abertura dos trabalhos legislativos de 2023. A leitura empolgante de Bivar parecia de um petista dos mais antigos do Partido. 

Diante de tudo isso, não podemos estranhar, afinal o União Brasil hoje ocupa três importantes ministérios no governo Lula. É aquela velha história "Mateus, primeiro os meus", e besta é quem fica aqui no andar debaixo fazendo força na base da pirâmide para que os que se encontram no topo permaneçam. Alguns, inclusive, literalmente se matam para colocar esses "amantes do poder" cada vez mais acima da pirâmide social.

Por Luiz Santos, Radialista e Jornalista