"As empresas serão acionadas judicialmente para ressarcimento ao município", diz superintendente da SOMA, João Vianey, sobre danos ao viaduto Miraldo Gomes

Um caminhão colidiu mais uma vez na já abalada estrutura do viaduto Miraldo Gomes, na rotatória do bairro Cidade Nova, em Feira de Santana. Por conta do acidente, algumas partes do Viaduto foram interditados visando a segurança de quem trafega pelo local.

Em entrevista ao Conectado News, o superintendente da SOMA (Superintendência de Obras e Manutenção) João Vianey, afirmou que a altura do viaduto atende as normas, que todos os dois casos ocorridos foram causados por negligência dos motoristas e que as empresas serão acionadas na justiça para ressarcimento ao município.

CN – Quais as ações imediatas após a interdição do viaduto?

João Vianney - Fizemos a obstrução por uma questão de segurança, nesta sexta-feira (11) chegará um material para reforçar o escoramento, houve um dano na armadura, o trincamento da estrutura, fomos obrigados a obstruir o trânsito, devido a estes dois danos recentes, tanto no escoramento quanto na viga.  Amanhã iniciaremos um novo escoramento da estrutura para garantir a integridade dela.

CN - Com esse novo escoramento, as vias serão liberadas? 

João Vianney - Vai continuar obstruído, devido ao agravamento das condições das trincas não é confiável fazer a liberação, porque um novo acidente, um novo impacto no trincamento, pode causar desplacamento de concreto, obviamente uma ruína total do viaduto, desagregar materiais, barra de aço. 

CN – As empresas causadoras dos danos já foram identificadas, ressarcirão os cofres públicos?

João Vianney – Já notificamos o da primeira ocorrência, temos o contato, a Procuradoria já está ciente, já foi enviada a documentação para a empresa, o relatório, as imagens, tudo isso já foi tratado. No que se refere a ocorrência de hoje estamos junto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Via Bahia também está dando um apoio, estamos buscando identificar, porque não conseguimos nenhuma filmagem, a não ser aquele vídeo que circula nas redes sociais mostrando o veículo. Estamos juntos com a PRF, fazendo essa avaliação para identificar esse novo dano, porém não temos ainda a segurança para dizer quem causou, pois quando chegamos, não estava mais no local.

CN - A altura do viaduto está correta? 

João Vianney - Temos uma referência rodoviária que a altura livre de um viaduto tem de ser de 5.50m, o Viaduto Miraldo Gomes no ponto de impacto, tem 5,72m. Na questão do transporte de estruturas eólicas, há partes em que se tem uma altura superior e pelo relato de empresas, conversas com a Via Bahia, PRF, já passaram mais de 200 cargas dessas características por aqui, e estamos falando de duas ocorrências, nestes casos, se referem a uma negligência do motorista, porque o DNIT (Departamento Nacional de Estruturas de Transporte) ele emite uma AET (Autorização Especial de Trânsito) ele dá a autorização informando a altura dos viadutos. É obvio que há viadutos de mais de 06 metros, no nosso caso está acima dos 5,50m, que é a norma. Os motoristas dos veículos e várias cargas estavam fazendo isso, estavam baixando, eles têm um sistema hidráulico na prancha onde ele baixa a cota e consegue passar normalmente. No ocorrido em julho e provavelmente na de hoje, o motorista não atendeu o batedor, não fez o rebaixamento da carga e aí causou impacto, caracterizando a negligência do motorista. 

CN – Para começar as obras depende da aprovação da suplementação da verba pela Câmara ou a Prefeitura já começará a fazer? 

João Vianney – Amanhã faremos uma ação, reforçar o escoramento, mas efetivamente precisamos da suplementação da verba, para que tenhamos recursos para fazer a obra, estamos precisando, as atitudes que estamos tomando são paliativas, mas precisamos sim da liberação para obra definitiva que envolve demolição parcial do viaduto, construção de uma viga nova, substituição, reconstrução, e em paralelo pavimentar a via lateral, fizemos o lançamento do material fresado ao lado que garante uma trafegabilidade por um determinado período, mas é imprescindível que seja feita a pavimentação efetiva dessa via marginal.

Reportagem: Luiz Santos