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Artigo Feira de Santana

E agora, José (Ronaldo)?

Por Carlos Alberto

09/11/2022 06h45 Atualizada há 3 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Foto Divulgação
Foto Divulgação

 

Segundo informações colhidas (sic), o poema José de Carlos Drummond de Andrade foi publicado originalmente em 1942, na coletânea Poesias, e ilustra o sentimento de solidão e abandono do indivíduo na cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de que está perdido na vida, sem saber que caminho tomar.

Obviamente que equiparar o José, de Drumond, e o José ao qual fazemos referência no título desse escrito, requer diferenciações, quiçá, muitas delas, consideradas as especificidades, o que achamos melhor deixar pra outra oportunidade. Pra início de conversa, o primeiro José é “figurativo” e, salvo melhor juízo (smj), não se enveredou pela política partidária; já o segundo é “figura ativa” na política da Princesa do Sertão, do estado da Bahia, do Brasil. 

Oriundo da pequena cidade que em tupi significa “terra vermelha”, José, o Ronaldo, é filho de Paripiranga, na Bahia, cidade localizada na região Nordeste do Estado da Bahia, dista, aproximadamente, 340 km da capital baiana, Salvador e tem, segundo o IBGE (2018) tinha 28.956 habitantes. O município de Paripiranga está localizado na Zona Fisiográfica do Nordeste, totalmente incluído no Polígono das Secas, ou seja, na região geográfica definida e delimitada pela legislação brasileira nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, marcada pela ocorrência do fenômeno da seca, com baixo regime de chuva, aridez do solo, altas temperaturas e pouca nebulosidade.

É possível, ainda, elencar como diferença entre o José da ficção e o José da vida real e da política feirense, baiana e brasileira que este último nunca deve ter se sentido sozinho, tampouco perdido na vida, sem saber que caminho tomar. Neste momento, se considerarmos os resultados das eleições 2022, caso o José da Princesa do Sertão não consiga galgar qualquer cargo na vida pública nos próximos dois anos, ainda lhe resta disputar, pela 5ª vez, em 2024, a vaga de prefeito de Feira de Santana e suceder seu sucessor, Colbert Martins da Silva Filho, atual prefeito. 

Dito isto, e voltado ao poema, com a devida permissão, continuemos parafraseando Drummond:

E agora, José [Ronaldo]?

as eleições 2022 passaram,

as luzes se apagaram,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

o resultado esperado não veio,

e agora, José [Ronaldo]?

e agora, você [Ronaldo]?

você que tem nome,

que foi preterido por ACM Neto,

você, “simples” coordenador de campanha,

que ameaçou protestar?

quando não viu seu nome na “lista”, 

e se dizia pronto pra ser titular,

e agora, José [Ronaldo]?

Está sem cargo,

está sem discurso,

está sem a vice-governadoria, 

já não pode mais coordenar,

já não pode gritar,

viajar até pode,

para onde quiser,

mas a vitória do seu candidato não veio,

o eleitorado baiano não votou em seu candidato,

como vocês esperavam,

não veio no primeiro nem no segundo turno,

e tudo acabou,

o eleitor fugiu,

e o candidato [ACM Neto] também,

e agora, José [Ronaldo]?

E agora, José [Ronaldo]?

suas justificativas já não colam,

seus instantes de sanidade,

suas falas em busca de voto,

não o elegeram, pois não era candidato:

nem a deputado estadual,

nem a deputado federal,

nem a senador,

sua corrida pelo estado,

o fez continuar em Feira,

E agora, José [Ronaldo]?

Sem cargo na mão,

sem poder abrir portas,

não existe mais porta;

quer correr pro mar,

ou mesmo pro sertão;

quer voltar para Paripiranga?

Paripiranga votou em Lula e Jerônimo.

José, e agora?

Se você voltasse,

se você votasse,

se você aceitasse,

que foi preterido [por ACM Neto],

se você dormisse,

se você acalmasse,

se você conversasse [de verdade],

se você ouvisse [sempre]

mas você não conversa,

você não ouve [exceto quando é entrevistado],

ou lhe é conveniente.

mas você é duro, José [Ronaldo]!

Seu candidato foi derrotado,

no primeiro e no segundo turno,

sem dó nem piedade,

sem reviravolta,

eleitores e urnas se uniram,

sem chances de continuidade do “carlismo”,

que fugiu a galope.

Mas você tem chances, José!

você tem a empatia do eleitor, sobretudo feirense, José!

Soube que o governo recém-eleito na Bahia [do PT],

Disse “está de braços abertos, José”!

Creio que você não está perdido e sabe o que quer.

Mas deixo a pergunta: 

E agora, José [Ronaldo]? José, para onde?

Boa sorte, José [Ronaldo].

Por Carlos Alberto Professor e Radialista

2 comentários
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Podres poderes Há 3 anos Feira de Santana BAO CORONÉ, está meio sem rumo político, o ponta pé que ele levou de ACM Neto, não foi muito bem engolido pelo EX ATUAL PREFEITO DE FEIRA,essa semana em entrevista tentou de forma vergonhosa se desvencilhar do ATUAL VICE PREFEITO ( COLBERT), O secretariado poucas mudanças, velhas figurinhas da patota do CORONÉ, se tivesse tomado as rédeas da administração de feira, talvez COLBERT tivesse melhor sorte.
Luiz Eduardo dos Santos Ferreira Há 3 anos Feira de Santana Ótima matéria!
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