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“É possível ter qualidade de vida mesmo diagnosticado”; destaca psicóloga Rafaella Ferreira

Série de reportagens especiais Outubro Rosa

20/10/2022 10h44 Atualizada há 3 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Arquivo Pessoal
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O diagnóstico do câncer de mama pode ser assustador para o paciente e as reações podem ser das mais diversas, por isso além do acompanhamento com o mastologista, também é fundamental o acompanhamento psicológico. Em entrevista aos Programas Levante a Voz, Jornal Hora News e Boca de Forno da Rádio Sociedade News FM, a psicóloga Rafaella Ferreira, relata ter feito atendimentos na área hospitalar, a pacientes de urgência, emergência, ambulatorial e enfermaria oncológica, explicando que é necessário traçar um plano de ação para que os cuidados com a mente andem em paralelo com o tratamento do câncer.

“O primeiro apoio psicológico a esse paciente precisa levar em consideração o histórico de vida e entender em que momento da vida esse paciente se encontra, as condições profissionais, questões familiares, sociais, aspirações desse paciente nesse momento, idade, em que contexto ele está inserido, porque é com esses dados que se elabora um plano de ação para que ande em paralelo com o tratamento do câncer em si.”, explicou

Série de reportagens especiais Outubro Rosa - "Quanto mais cedo o diagnostico, maior a chance de cura", segundo mastologista Dr. Julian Maurílio

Um dos fatores que podem atrapalhar o tratamento é o medo, que segundo Rafaella pode impedir que o paciente procure o atendimento médico e consequentemente não receba o tratamento nos estágios iniciais da doença, momento em que as chances de cura são maiores.

“Pode sim atrapalhar a procura e a aceitação ao tratamento. No início, quando o paciente começa a sentir os primeiros sintomas, é possível que o paciente entre num processo de negação que pode postergar sua ida ao atendimento médico, consequentemente tardar o diagnóstico, que é um fator de risco ao tratamento e que pode gerar mais dúvidas ainda em relação ao prognóstico da doença. Nos primeiros sintomas, fazer o autoexame das mamas é necessário, e se perceber algo de errado procurar o atendimento médico e começar o tratamento de imediato, pois, quanto mais rápido o diagnóstico melhor as chances de cura da doença.”, afirmou.

Durante o processo de diagnóstico e tratamento muitos pacientes podem enfrentar conflitos internos, um deles, por exemplo, é a preocupação estética. É importante para o paciente buscar o equilíbrio emocional, porém a psicóloga explica que este equilíbrio inclui também momentos de altos e baixos e o paciente não deve ser estigmatizado.

“É interessante que a gente fale sobre equilíbrio emocional considerando que esse paciente pode sofrer altos e baixos, ou seja, alternar entre momentos de euforia, alegria, descrença, apatia, tristeza e isso faz parte do processo. É importante não estigmatizar esse paciente, compreendendo que faz parte do equilíbrio emocional passar por essas fases. É importante ser acolhido pela a família e sociedade civil de maneira geral, para que a partir disso busque ter qualidade de vida em todos os sentidos, em todas as áreas, inclusive procurando apoio e atendimento psicológico.”, destacou

Além do paciente, os familiares também acabam sendo afetados pela doença, por isso é fundamental que essa rede de apoio do paciente seja amparada psicologicamente e saiba como agir para apoiar o paciente diagnosticado com o câncer.

“A família é a principal rede de apoio. O familiar deve validar e acolher os sentimentos do paciente diagnosticado para que ele consiga elaborar da melhor maneira possível esse momento. Para que o familiar possa dar ouvidos ao paciente sem julgamentos, deve procurar conversar com a equipe médica, estar sempre acompanhando o seu familiar que foi diagnosticado, participar de grupos de apoio psicológico. Realizamos um trabalho de psicoeducação no atendimento ao paciente com câncer, incluindo a família nesse processo, para falar sobre o assunto, ouvir as queixas, as dúvidas. É muito importante que a família esteja presente, porque o paciente diagnosticado com câncer de mama, principalmente as mulheres possuem também uma preocupação estética que precisa também ser ouvida.”, orientou.

Rafaella encerrou destacando a importância de considerar o atendimento psicoterápico em paralelo com o tratamento para o câncer para ampliar a qualidade de vida. “É possível ter qualidade de vida mesmo diagnosticado e durante o tratamento da doença. O câncer de mama tem uma alta taxa de incidência, mas também tem uma alta taxa de cura, o prognóstico da doença é favorável à cura desde que seja diagnosticado mais cedo possível, então é interessante realizar o autoexame das mamas e qualquer alteração procurar atendimento médico especializado. Mulheres acima de 40-45 anos que possuem também histórico familiar, procurar fazer os exames de rotina e considerar o apoio do atendimento psicoterápico com o psicólogo em paralelo com o tratamento para que as chances de ter uma qualidade de vida sejam maiores”, concluiu.

Reportagem: Jéssica Campos

 

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