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Feira de Santana Menopausa

Menopausa ainda é tabu, mas pode ser vivida com qualidade de vida, afirma ginecologista Daniela Jones

Segundo a especialista, a menopausa e a perimenopausa apresentam mais de 70 sinais possíveis

20/08/2025 10h49
Por: Mayara Naylanne
Foto: Onildo Rodrigues
Foto: Onildo Rodrigues

Ondas de calor, insônia, ansiedade e perda de libido. Esses são alguns dos principais sintomas que marcam a chegada da menopausa, fase natural da vida da mulher que ainda é cercada de tabus. Estima-se que quase 30 milhões de brasileiras estejam vivendo esse processo atualmente. Para falar sobre o tema, a ginecologista Dra. Daniela Jones, do Ambulatório de Saúde da Mulher, no Hospital da Mulher de Feira de Santana, destacou a importância da informação e do acompanhamento médico nesse período.

Segundo a especialista, a menopausa e a perimenopausa apresentam mais de 70 sinais possíveis, mas os mais comuns incluem as conhecidas ondas de calor, alterações no humor, irritabilidade, insônia, labilidade emocional, além de sintomas como ressecamento vaginal e queda da libido.

Foto: Onildo Rodrigues

“A menopausa é um marco: a última menstruação da mulher. Só podemos confirmar quando ela passa 12 meses consecutivos sem menstruar. Já a perimenopausa é um período mais longo, de transição, no qual a menstruação pode ficar irregular e os sintomas começam a aparecer”, explicou a médica.

Dra. Daniela ressaltou que os efeitos da menopausa não se restringem apenas ao aparelho reprodutor feminino. “O cérebro é o grande regulador do corpo. É de lá que vem a ordem para a primeira e a última menstruação. A queda dos hormônios femininos também afeta o sistema nervoso, o sistema circulatório e impacta o organismo como um todo. Por isso, muitas mulheres relatam irritabilidade, lapsos de memória, dificuldade de concentração e até vontade de chorar sem motivo aparente”, disse.

A ginecologista destacou ainda o papel fundamental da família e do parceiro no enfrentamento dessa fase.
“É um momento de muitos questionamentos íntimos para a mulher. O ressecamento vaginal pode trazer dor na relação sexual, e é importante que o parceiro compreenda e tenha paciência. Existem tratamentos e alternativas para melhorar a vida sexual e o bem-estar da mulher, e ninguém precisa passar por isso sozinha”, afirmou.

No Brasil, a menopausa ocorre em média aos 50 anos, mas pode acontecer antes ou depois. Entre 40 e 45 anos, recebe o nome de menopausa precoce. Antes dos 40, é considerada insuficiência ovariana prematura, uma condição que precisa de acompanhamento médico. A ginecologista alerta ainda que, enquanto houver menstruação, existe risco de gravidez. “Muitas mulheres acreditam que não podem mais engravidar, mas se ainda menstruam, mesmo que de forma irregular, o risco existe. Por isso, é essencial conversar com um profissional para avaliar o método contraceptivo mais adequado”, orientou.

Um dos tratamentos mais conhecidos para amenizar os sintomas é a terapia hormonal, indicada em casos específicos. “Quando bem indicada, a terapia hormonal melhora não apenas os sintomas, mas também ajuda a prevenir osteoporose e até câncer de intestino. No entanto, não é para todas as mulheres. Casos de câncer de mama, doenças hepáticas ou histórico de trombose, por exemplo, contraindicam esse tratamento. Mas há alternativas seguras para quem não pode usar hormônio”, explicou.

Um novo olhar para a menopausa

Apesar dos desafios, a médica reforçou que a menopausa também pode ser vivida com leveza. “Algumas mulheres passam por essa fase sem grandes sintomas, outras até relatam se sentirem mais tranquilas, sem a preocupação com a gravidez. É uma fase que pode, sim, trazer liberdade e qualidade de vida, desde que haja informação e acompanhamento médico”, concluiu.

A Dra. Daniela Jones finalizou deixando uma mensagem às mulheres. “Vocês não estão sozinhas. O Ambulatório de Saúde da Mulher está aqui para oferecer suporte e orientação nesse momento tão importante da vida”.

Com informações: Onildo Rodrigues 

Por: Mayara Nailanne 

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