Feira de Santana e o caso do Complexo Viário Miraldo Gomes

PONTOS

Aproxima-se o dia 18 de setembro, e com ele o aniversário de 189 anos de emancipação política de Feira de Santana. Município brasileiro situado no interior do estado da Bahia, Região Nordeste do país, a Princesa do Sertão, apelido atribuído pelo advogado Ruy Barbosa quando este esteve na cidade em 1919 em campanha para a presidência da República, Feira é hoje cidade-sede da Região Metropolitana de Feira de Santana (RMFS). 

Embora o projeto original trouxesse o número de 16 municípios, a RMFS foi criada, de acordo com a Lei Complementar nº 35, de 06 de julho de 2011, como unidade regional do estado da Bahia, pelo agrupamento dos Municípios de Feira de Santana, Amélia Rodrigues, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, São Gonçalo dos Campos e Tanquinho. Esse agrupamento visa à organização, ao planejamento e à execução de funções públicas e serviços de interesse comum. Os outros 10 municípios aguardam ser integrados à RMFS. São eles: Anguera, Antônio Cardoso, Candeal, Coração de Maria, Ipecaetá, Irará, Santa Bárbara, Santanópolis, Serra Preta e Riachão do Jacuípe.

A cidade encontra-se no principal entroncamento rodoviário do Norte-Nordeste brasileiro, e o segundo do Brasil, atrás apenas de São Paulo. Por aqui ocorre o encontro das rodovias BR-101, BR-116 e BR-324, além de seis rodovias estaduais (BA 052, BA 502, BA 503, BA 499, BA 504 e BA 526), funcionando como ponto de passagem para o tráfego que vem do Sul, Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil. O Município de Feira de Santana, portanto, tem uma localização estratégica, como dizem. 

A Princesa do Sertão é a segunda cidade mais populosa do estado e primeira cidade do interior nordestino em população. Ou seja, é a maior cidade do interior das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, e é também a sexta maior cidade do interior do país, e com uma população maior que oito capitais estaduais. Na Hierarquia urbana do Brasil, Feira de Santana é uma capital regional B e sede da maior região metropolitana do interior nordestino.

Segundo dados do Conselho Regional de Contabilidade do Estado da Bahia (CRCBA), Feira de Santana é o principal centro urbano, político, educacional, tecnológico, econômico, imobiliário, industrial, financeiro, administrativo, cultural e comercial do interior da Bahia e um dos principais do Nordeste, exercendo influência sobre centenas de municípios do estado. Além de maior, é também a principal e mais influente cidade do interior da região Nordeste. 

Feira foi a primeira cidade da América Latina a ter um plano diretor, eleita pela revista Exame a melhor cidade da Bahia para investimentos imobiliários, a sétima do Nordeste e a 44º do Brasil, por estudos da mesma revista, é considerada a décima cidade do país em infraestrutura urbana, por estudos da Editora 3 e revista Isto É, foi eleita a 5º melhor cidade grande do país por indicadores sociais e está entre as 50 melhores cidades do Brasil para se viver, e foi destacada no jornal Folha de Londrina como uma das cidades que mais crescem no país atualmente.

CONTRAPONTOS

Considerada a importância da cidade no cenário baiano, nacional e até internacional, Feira de Santana tem muitos PONTOS a serem destacados nas mais diversas áreas, além de ser uma cidade super-hiper-mega ACOLHEDORA, uma MÃE. Mãe que tem visto seus filhos e filhas crescerem a cada dia, cada mês, cada ano. E com eles crescem também os problemas típicos de cidade(s) grande(s): violência, crescimento desordenado, inchaço da(s) cidade(s), moradias em lugares inadequados, hospitais superlotados, transporte coletivo insuficiente, os diversos tipos de poluição, produção de lixo, educação de baixa qualidade, desigualdade social, entre tantos outros. 

O leitor sabia que foi em Feira de Santana, numa sexta-feira, 6 de março de 2020, que a Secretaria da Saúde do estado da Bahia (Sesab) confirmou o primeiro caso do novo coronavírus neste estado? Foi sim! “Foi uma mulher de 34 anos, moradora de Feira de Santana, que havia retornado da Itália em 25 de fevereiro. No país europeu, a mulher teve passagens pelas cidades de Milão e Roma”, dizia o anuncio. Isso também é o que acostumou-se considerar como “coisas de Feira”.

Por falar em “coisas de Feira de Santana”, perguntaria o leitor - a leitora -, "o que tem a ver isso com o Complexo Viário Miraldo Gomes? Verdade. Pois bem! Enquanto na China, país ao qual foi atribuída a origem do novo coronavírus, em 2020, em pleno pico da pandemia da Covid-19, os chineses de Wuhan conseguiram erguer e colocar em funcionamento em 10 dias um hospital de campanha com capacidade para 1.000 pacientes, enquanto isso na Princesa do Sertão na Bahia, desde 22 de julho, ou seja, a pouco mais de 50 dias parte da estrutura daquele Complexo Viário, equipamento localizado no bairro Cidade Nova, encontra-se interditada.

A interdição, desde 20 de julho, é fruto de colisão de uma carreta que transportava uma torre eólica quando o veículo ficou preso ao atingir o equipamento. Problema causado, sic, devido a inconsistências nas alturas (carga versus viaduto). De lá pra cá, enquanto as autoridades continuam "estudando" quem são os responsáveis e quais as intervenções que devem ser feitas para recuperar o equipamento, ou seja, enquanto se resolve “como resolver", nos horários de pico o trânsito fica um caos naquele local. Até quando, não é Dr. Miraldo Gomes? (In Memorian) 

MAS, PARABÉNS FEIRA DE SANTANA!

PARABÉNS PELOS SEUS 189 ANOS.

PARABÉNS, PRINCESA DO SERTÃO!

PARABÉNS, JOVEM CIDADE!

PARABÉNS, POVO FEIRENSE!

PARABÉNS, CIDADE ACOLHEDORA!

FSA-BA, Terra MARAVILHOSA, 15/09/2022.

Por Carlos Alberto

Professor e radialista / acolhido nestas Terras desde 1986