Quem já se candidatou a algum cargo e saiu para a campanha de rua conhece bem o que vou relatar.
Em certo pleito eu estava candidato a vereador e através de um conhecido fui fazer uma reunião em sua casa em um bairro do norte da cidade de Feira de Santana, com o objetivo de ampliar a votação. Me acompanhava dois jovens estudantes universitários que estavam engajados e assessorando a campanha.
Ao chegarmos no local fomos bem recebidos e havia umas 30 pessoas, um bom número para este tipo de evento. Cumprimentamos a todos numa conversa informal antes de começar a reunião. Neste momento surge o fato que desejo relatar : algumas pessoas me chamaram em tom de voz baixa, puxando para um canto menos ocupado para ninguem ouvir, pedindo "UM PARTICULAR" comigo após a reunião. Quando pediam este particular a gente já sabia que não resultava em apoio, pois estava na realidade em busca de vantagens materiais, negociando voto, mas mesmo assim nós ouvíamos após a reunião.
Neste dia um senhor fez o seu pedido neste particular -"estou fazendo minha casa e preciso de 1500 blocos, 1500 telhas, duas caçambas de areia, 15 sacos de cimento, os barrotes e as ripas, pois as linhas eu já tenho". Neste momento o jovem e inexperiente assessor respondeu: "o Sr tá pedindo é uma casa". A resposta do homem veio na tampa, - "não estou falando com você, estou falando com o candidato".
Contornei a situação com a difícil técnica de dizer não a este velho hábito de vender voto. Mas como tudo tem exceção ali também havia pessoas que queriam compromissos para as melhorias no bairro.
Noutro bairro, na mesma semana, recebi a seguinte proposta neste "particular": "o senhor me dá um carro de som montado que eu faço sua campanha". Este dá era dá mesmo, comprar um carro de som para ele e até modelo sugeriu, imagina!
Estas curiosidades fazem parte da nossa história política, mas cheguei a dois mandatos populares com muita honra.
Por Marialvo Barreto
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