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Dia Nacional de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes: "É raro ter uma família onde não ocorre o abuso", diz psicóloga Katia Suzi

Maio Laranja, mês de combate a exploração sexual de crianças e adolescentes

18/05/2022 17h43 Atualizada há 3 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de 2017 a 2020, 180 mil crianças e adolescentes entre 0 a 19 anos sofreram violência sexual. Segundo informações da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em 2021, 18 mil casos de violência sexual foram registradas.

O Conectado News entrevistou a psicóloga Katia Suzi, que trouxe um quadro ainda mais alarmante sobre os casos de violência sexual envolvendo crianças e adolescentes, "Uma em cada 03 crianças no Brasil é vítima de abuso sexual até os 18 anos de idade, em sua maioria, os abusadores tem grau de parentesco com a vítima e 80% desses abusos acontecem em casa, um crime hediondo, sendo o Brasil o campeão de pedofilia pela internet, precisamos ter a noção de que é um problema de saúde pública, e que esse momento, essa campanha deve ser evidenciada", disse.

Segundo Katia Suzi, a criança vítima de abuso apresenta alguns sinais comportamentais, "A criança e o adolescente mostra uma sexualidade mais aflorada, fala de sexo em uma idade que não é conveniente, a criança torna-se mais tímida ou mais extrovertida, agitada, deprimida, irritada, tristeza, alteração do sono, passa ter  mais pesadelos do que antes, dificuldades de sentar, levantar, podemos perceber a partir de manchas no corpo, quando a criança apresenta a vergonha de tirar a roupa na frente dos pais, são problemas que acabam deixando grandes sequelas, então, qualquer mudança brusca de comportamento na escola ou na família, é preciso aumentar a nossa vigilância, tanto da criança, quanto das pessoas que estão ao nosso redor", afirmou.

De acordo com a psicóloga, a criança na idade adulta ainda terá alguns traços comportamentais característicos do abuso, mas é possível tratá-la, para  ter uma vida normal, "A marca vai ficar, mas tem  tratamento para a criança, também um trabalho preventivo, porque deixa sequelas cognitivas, emocionais, comportamentais, sociais e físicas, tudo que pudermos fazer por essa criança, vai minimizar os impactos desse trauma na vida dela, a criança ou adolescente que foi abusada está propensa a desenvolver transtorno de ansiedade, depressão, estresse pós traumático, baixa autoestima, dificuldade na vida afetiva e social, transtorno de identidade de gênero, idealizações suicidas, distorção da imagem corporal", reiterou.

A especialista finalizou dizendo que é raro ter uma família onde tenha não tenha ocorrido o abuso, pois não se dá apenas por intermédio  da penetração, "existem outras formas e isso precisa ser discutido nos ambientes", disse.

Reportagem: Emanuelle Pillger e Hely Beltrão

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