Falta de medicamentos

Falta de medicamentos de uso contínuo para hipertensão, diabetes, coração; falta de médico e material pra fazer curativo, entre outros assuntos relacionados à saúde (ou falta dela), tem sido motivos constantes de reclamações nos veículos de comunicação em praticamente todo o Brasil, principalmente por parte daqueles que já contribuíram exaustivamente para o desenvolvimento do país e hoje, na "reta final da vida", não têm dinheiro suficiente para a compra dos medicamentos que usam diariamente para combater  enfermidades. 

Em Feira de Santana, por exemplo, reclamações dessa natureza são constantes. Alguns que tomam dezenas dessas drogas lícitas fazem vaquinha, entram na justiça para adquirirem os medicamentos e até tomam dinheiro emprestado para continuarem vivos. 

Enquanto isso, essa semana o Brasil foi "surpreendido" com a compra de mais de 50 mil comprimidos de Viagra e prótese peniana para funcionários das Forças Armadas do país. Dizem ser para uso de profissionais da ativa e aposentados, que por sinal têm ótimos salários, além de tantas outras vantagens como plano de saúde, viagens bancada com os impostos que pagamos. Agora temos que arcar com mais essas despesas. 

Para além de tudo isso, ainda aparecem o senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro(PL), e seu vice, Hamilton Mourão, tentando justificar tais aquisições. Um verdadeiro tapa na cara da sociedade. É como se estivessem nos chamando de verdadeiros otários e otárias. E às vezes acho que realmente somos, porque vemos toda essas aberrações e ficamos sofrendo calados(as). O sapato aperta, nos matam asfixiado e nós aqui "embaixo" aceitando tudo caladinhos(as). 

Quiçá, esteja na hora de darmos o grito de liberdade e não aceitarmos esses maus-tratos. Se  alguém das Forças Armadas sofre hipertensão e disfunção erétil, que compre Viagra e prótese peniana com seus próprios recursos e não venham colocar para cima de nós pobres mortais. E que não falte nos postos de saúde do Brasil medicamentos básicos para atender a quem realmente necessita.

Por Luiz Santos jornalista e radialista