A Casa Legislativa não é ringue

Cada dia um agonia. Qual será o tema do próximo capítulo dessa novela ridícula, desse palco circense em que “estão querendo” transformar a Câmara Municipal de Feira de Santana, a Casa da Cidadania? Quais as manchetes dos portais de notícias, programas de rádio e jornais que mais combinam com o legislativo feirense? Inicialmente tenho que perguntar.

Moro em Feira de Santana há exatos 16 anos e confesso que fico triste quando vejo algumas cenas dessa novela chamada Sessão Ordinária, que muitas vezes não são producentes. Naquela Casa das Leis, ou pelo menos deveria ser, os edis, que são empregados do povo que lhes paga bons salários, muitas vezes temos que assistir bate-boca e, pasmem senhores(as), até convite de um legislador a outro pra sair na porrada.

Foi isso o que aconteceu na sessão desta quarta-feira (9), onde o mau exemplo partiu do presidente da Casa da Cidadania, Fernando Torres (PSD), ao convocar seu colega, Luiz Augusto de Jesus, Lulinha (DEM), para trocar tapas. Essa “luta de UFC”, entre Torres X Lulinha entristece a todos(as) nós, ver dois homens de bem, representantes do povo trocando farpas no Plenário da Casa do Povo.

Diferente da luta que envolveu recentemente o ex-pugilista Acelino Popó Freitas e o comediante Whindersson Nunes, na qual ganharam milhões de reais e seguidores nas redes sociais, a luta dos vereadores feirenses, o que fica é a marca negativa para a Princesa do Sertão, para a Bahia e para os anais da história do legislativo feirense.

Da parte deste santo-antoniense, resta pedir que os vereadores brigões possam refletir sobre suas ações na Câmara Municipal, possam ouvir mais e falar menos, produzir mais para fazer jus ao salário que recebem e deixem as questões pessoais para fora do legislativo. O povo de Feira não merece esse comportamento dos senhores! 

Lembre-se que a Tribuna da Câmara Municipal é espaço para discussões acaloradas, sim, mas em torno de projetos e ideias. Não pode ser transformada em “tablado alto cercado de corda, próprio para lutas desportivas como boxe, jiu-jitsu, luta romana ou luta livre”, ou seja, transformada em RINGUE.

Por Luiz Santos radialista e jornalista