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Artigo Covid

Covid-19, vidas humanas e a retomada das aulas na Bahia: é bom mudar o discurso

Por Carlos Alberto

08/02/2022 05h50 Atualizada há 3 anos
Por: Ana Meire Fonte: Conectado News
Foto Divulgação
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É de conhecimento público que muitas das atividades no Brasil e no mundo foram e continuam sendo impactadas pela pandemia do novo Coronavirus. Doença que, segundo informações colhidas, desde seu início infectou em todo o mundo, até este domingo, 6, quase 4 milhões de pessoas (394.978.564), e foi letal para mais de cinco milhões e setecentos e quarenta mil (5.740.155), de acordo com dados oficiais. 

No Brasil, no mesmo período, os infectados somam 26.546.399 e o número de mortos alcançou 632.514. A Bahia, Estado que ocupa a sétima posição entre as unidades federadas, seja em número de infectados ou de mortes pela doença, as infecções chegaram a 1.408.323 com 28.168 mortes registradas. Feira de Santana, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, com os 289 novos casos registrados nas últimas 24 horas, a cidade já contabiliza 63.651 casos de Covid-19 com a morte de 1.040 pessoas.

Também na Bahia, assim como em outros Estados da Federação, uma das primeiras atividades impactadas pela pandemia e cujas medidas adotadas pelos gestores visaram evitar aglomerações e promover o isolamento social, seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi a educação. As atividades escolares públicas ou privadas em todos os níveis neste Estado foram suspensas. Inicialmente, por um tempo em que, tanto o gestor-Mor quanto todos nós, professores, alunos, pais, direções de escolas enfim, acreditávamos que seria de, no máximo, quinze dias. Ledo engano. Somente em outubro de 2021 após um longo período sem aulas, nem presencial nem remotamente, as aulas foram retomadas no formato remoto e posteriormente, de maneira 100% presencial.

Com o discurso de “Governo que cuida de gente”, o governador Rui Costa (PT), em setembro de 2020, quando ainda morriam de Covid-19 na Bahia mais de 40 pessoas diárias, e pedia-se a volta das aulas no Estado, o chefe do Executivo Estadual foi taxativo, conforme divulgado em toda a imprensa "Vamos seguir avaliando o número de óbitos e a taxa de ocupação do hospital, porque isso é um sintoma real. Os números em si, dependem da quantidade de testes que se faz. Se faz mais testes, aparece mais gente. Se faz menos testes, aparece menos gente". 

Naquela oportunidade, o “comandante” fazia referência à pressão feita por pessoas que queriam o retorno das aulas no formato presencial. Rui foi mais longe, disse que enquanto o número de mortes diárias pela Covid-19 não baixasse, não havia possibilidade de retorno de estudantes às salas de aula. E fez uma analogia entre o número de mortes por Covid-19 e uma sala de aula "Um patamar de 44 mortes, 40 mortes por dia é um alto. Se formos falar a linguagem de escola, é uma sala de aula morrendo todo dia. Hoje, morre uma sala de aula todos os dias. Está morrendo uma sala de aula por dia e tem gente querendo a volta às aulas. Tem gente que parece ter perdido qualquer referência de solidariedade com a vida humana. Nas últimas 24 horas, na Bahia, infelizmente, perdemos mais uma "sala de aula", finalizou Rui naquela oportunidade. 

Também é de conhecimento dos gestores, do professorado, enfim, do público de modo geral, e segundo as entidades que avaliam o nível de escolaridade/as condições da educação no Brasil em especial, que quanto mais tempo o estudante ficar fora da sala de aula, sejam de aprendizagens ou coisa que o valham, os prejuízos são cada dia maiores. Isso é fato. Não cremos que haja alguém contrário ao aluno em sala de aula, especialmente depois de tudo o que tem acontecido no mundo, no Brasil, na Bahia. Entendendo assim, nesta segunda-feira, 7, as aulas foram retomadas 100% presencial, segundo a Secretaria Estadual de Educação (SEC-BA).

Considerando que mesmo com um bom percentual (67,36%) de pessoas completamente vacinadas contra a Covid-19, a doença continua contaminando e ceifando a vida de muita gente neste Estado (com registro de mais 49 mortes nesta segunda-feira, data da retomada das aulas); 

Considerando que a retomada das aulas, neste momento, foi 100% presencial e segundo dados da SEC são pouco mais de 600 mil estudantes somente da rede pública que passam a circular por todo o Estado;

Considerando que a entidade que representa o professorado chegou a defender que essa retomada se desse de maneira híbrida, ou seja, parte da escola em dias alternados (o que já aconteceu outrora na Bahia);

Considerando a propaganda do governo: “um governo que cuida de gente”;

Considerando o que disse o governador do Estado, Rui Costa, em setembro passado: “morre uma sala de aula por dia” e que era “necessário ir avaliando”, há que se perguntar - e perguntar não ofende -, SE NAQUELA ÉPOCA NÃO ERA POSSÍVEL “PERDER UMA SALA DE AULA POR DIA” AGORA PODE, GOVERNADOR?

É preciso ir retomando as atividades e voltando, como acostumamos a dizer “à vida normal”, pois ainda conviveremos por muito tempo com toda essa situação (segundo as autoridades médico-sanitárias).

Por fim, a nós, população de modo geral, cabe respeitar os protocolos de segurança, tomar as doses necessárias da(s) vacina(s) e fazer tudo o mais que for necessário para combater a doença; às autoridades políticas cabe adotarem as medidas cabíveis e necessárias para que a população tenha seus direitos atendidos; ao governo da Bahia, entre a teoria e a prática adotadas cabe, no mínimo, MUDAR O DISCURSO.

 

Professor e radialista  Carlos Alberto

 

 

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Jose Antonio da SilvaHá 3 anos Feira Parabéns! Ótima reflexão!
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