Pesquisas eleitorais no Brasil e os cuidados dos candidatos

Existe um ditado muito conhecido que diz "você está fazendo planos com o ovo no cu da galinha". Em outras palavras, com algo incerto. Porém, quem mora ou morou na roça, sabe que a galinha quando começa a andar de um lado para o outro, subindo e descendo, cacarejando ou cantando como alguns preferem, é uma previsão que ela está querendo colocar ovo(s).

Fazendo uma analogia e querendo chamar a atenção para as pesquisas eleitorais de opinião pública, onde dá uma visão, traz a perspectiva de determinado momento, criando uma expectativa nos políticos e no eleitor, seja em nível municipal, estadual ou federal, é justamente aí onde está o X da questão. Diferente do ovo e da vontade da galinha, quando as probabilidades são muitas e você pode colher mais um alimento, as pesquisas eleitorais têm enganado muita gente. 

Na Bahia e no Brasil já vimos esse exemplo. Em Feira de Santana, por exemplo, em 2020, quando o atual prefeito, Colbert Martins (MDB), se reelegeu derrotando seu principal algoz, Zé Neto (PT) e, em 2006, Jacques Wagner (PT) derrotou fragorosamente o candidato do DEM Paulo Souto.

Toda referência anterior, é porque tenho notado nesses últimos dias certa euforia de algumas pessoas ligadas ao candidato ao Palácio de Ondina, ACM Neto (DEM), com os números das pesquisas. Assim como tenho notado, também, uma euforia ainda maior quando se trata do nome do provável candidado ao Palácio da Alvorada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ainda sobre a galinha, há outro ditado que diz "canja de galinha não faz mal a ninguém". Ou seja, é bom que candidatos e seus aliados/defensores tenham calma e cuidado com os ovos das galinhas pra não dar errado e quebrar antes, ou até mesmo matar a galinha.

Sou capaz de acreditar nas galinhas cacarejando para colocar ovos, que às vezes aqueles ovos não servem para reprodução, mas em pesquisas eleitorais nem sempre. Tais pesquisas podem vir carregadas de interesses, interferências e porque não dizer poluídas com o "agrotóxico da honestidade da política brasileira".

Por Luiz Santos radialista e jornalista