No final da semana passada eu estava na cancela da roça, no Distrito rural da Matinha, em Feira de Santana, quando avistei próximo uma senhora da comunidade com seus três filhos. Uma menina aparentado três anos e dois meninos, que depois fiquei sabendo que um tinha oito e outro dez anos, mas eram do mesmo tamanho. Nos cumprimentamos, quando um dos meninos perguntou se eu tinha uma muda de "jabuticabra" para lhe dar. Disse tenho, lá dentro nos canteiro, mas o nome é jaboticaba, viu!
Na comunidade todos sabem que faço mudas de frutíferas para doação.
A mãe continuou sua viagem por um corredor estreito entre as cercas de duas propriedades, enquando os meninos ficaram para levar a muda.
Antes mesmo de sairmos da porteira o outro menino perguntou: - " o Sr tem muda daquela fruta pretinha ali", e apontou com o dedo. Disse tenho. Era a amora.
E caminhamos para os canteiros sombreados por árvores frutíferas.
Peguei duas mudas de jaboticaba para um e a muda de amora, já com frutos, para o outro. Este recebeu a muda e disse que também queria uma muda de jaboticaba para ele, demonstrando uma certa competição entre os dois. Dei a muda e expliquei tudo como plantar sob os olhares atentos das crianças.
Em seguida eu mostrei um pé de jaboticaba carregado e maduras e recomendei que fossem chupar, mas sem derrubá-las. Foi uma alegria só, enquanto degustavam as frutas falavam freneticamente, e eu, de expectador, admirando aquela felicidade de ambos, até que um perguntou: -" posso levar umas para minha mãe?" . Respondi, pode.
Aí veio a surpresa, pois eles não tinham vasilha para levar e nem me pediram uma.
De imediato um tirou a sua camisa de malha, pegou uma cordinha no pé de banana próximo, amarrou na altura da manga e gola e fez da camisa um saco. Cataram correndo, como se as frutas fossem fugir. Quando já tinham colhido por volta de uns cinco litros eu avisei que já estava bom, pois eu também queria uma frutas. Um segurou o saco, jogou nas costas, e o outro levou as mudas, em um saco plástico que forneci.
E saíram felizes, num converseiro só.
Por Marialvo Barreto, geógrafo e fruticultor orgânico.
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