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Brasil casos de engasgo

Diretrizes de primeiros socorros são atualizadas e mudam condutas em casos de engasgo

Novas orientações recomendam alternar cinco pancadas nas costas e cinco compressões abdominais em vítimas conscientes

27/10/2025 16h31
Por: Mayara Naylanne
Foto: FreePIK
Foto: FreePIK

As diretrizes oficiais de primeiros socorros, reanimação cardiopulmonar (RCP) e emergências cardiovasculares foram atualizadas pela American Heart Association (AHA), neste mês de outubro.

Uma das novas orientações foi a forma de agir em casos de engasgo com obstrução das vias aéreas, tanto em bebês e crianças quanto em adultos conscientes. As mudanças foram publicadas na revista científica Circulation e substituem as de 2020, marco da última grande revisão. A AHA é a entidade que define os protocolos seguidos mundialmente em cursos de primeiros socorros.

A partir de agora, a recomendação da AHA para vítimas conscientes, crianças e adultos é alternar cinco pancadas nas costas com cinco compressões abdominais (a conhecida manobra de Heimlich). Antes o protocolo orientava começar pelas compressões.

“A atualização consolida décadas de estudos e testes clínicos. É um retorno às evidências que mostram que as pancadas nas costas ajudam a deslocar o objeto antes mesmo das compressões abdominais”, explica Ashish Panchal, médico e coordenador do comitê de emergência cardiovascular da AHA.

Bebês com menos de 1 ano, deve alternar cinco pancadas nas costas e cinco compressões no peito, usando a base da palma da mão, até que o corpo estranho seja expulso ou até que o bebê perca a consciência. As compressões abdominais estão proibidas por poderem ferir órgãos internos.

O objetivo é aumentar a eficácia e reduzir o risco de lesões. 

Para menores eu ano, o passo a passo é: verifique se o bebê está realmente engasgado: ele não consegue tossir, chorar, respirar, muda de cor ou fica molinho; apoie-o de bruços sobre o antebraço, com a cabeça mais baixa que o corpo; dê cinco pancadas firmes nas costas, entre as escápulas; vire o bebê de barriga para cima e faça cinco compressões torácicas no centro do peito, com a base da palma da mão; lterne os dois movimentos até o objeto sair ou o bebê perder a consciência; não introduza os dedos na boca se o corpo estranho não estiver visível; se o bebê desmaiar, inicie a reanimação (RCP): 30 compressões no peito com os dois polegares + 2 ventilações

Para crianças maiores de um ano: confirme se há obstrução total — ausência de tosse, som ou respiração; posicione-se atrás da vítima, levemente inclinado para frente; dê cinco pancadas firmes nas costas com o calcanhar da mão; se o objeto não sair, realize cinco compressões abdominais (manobra de Heimlich); feche um punho e posicione-o acima do umbigo e abaixo do osso do peito; segure o punho com a outra mão e comprima com força para dentro e para cima; alterne as pancadas e compressões até que o objeto seja expelido ou a pessoa perca a consciência; se a vítima desmaiar, deite-a e inicie as compressões torácicas no ritmo da RCP tradicional (100 a 120 por minuto).

Segundo o novo documento, quase 40% das paradas cardíacas infantis fora do hospital nos EUA são causadas por emergências respiratórias ou asfixia.

As mudanças tentam simplificar o treinamento, aumentar a chance de resposta eficaz e diminuir o tempo até o início das manobras, um dos fatores mais críticos para a sobrevivência.

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