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Palco Cultural Micareta 2026

Edital Ouro Negro para a Micareta 2026 é lançado em Feira de Santana

Feira de Santana

03/10/2025 17h23 Atualizada há 5 horas
Por: Mayara Naylanne Fonte: Conectado News
Foto: Lucas Rosário/Secult-BA
Foto: Lucas Rosário/Secult-BA

O Governo da Bahia lançou, nesta sexta-feira (3), o Edital Ouro Negro 2026, em Feira de Santana. A iniciativa, realizada pela Secretaria Estadual de Cultura (SecultBA) em parceria com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), destina recursos para fortalecer a participação de blocos afro, afoxés, de samba, reggae e de índio na micareta da cidade.

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas até 15 de outubro, por meio de formulário online. O lançamento ocorreu no Centro de Convenções e contou com a presença de diversas entidades culturais, como Feira Axé, Odungê, Brasil Meu Samba, Estrela do Oriente, Unidos da Rua Nova, Nativos de Santana e Sorriso Negro.

Para o secretário estadual de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, o Ouro Negro reafirma o compromisso do Estado com a identidade cultural de Feira.“Com base na escuta, na vivência e nos resultados que o Ouro Negro proporciona, o Governo assegura com muito respeito uma micareta que valoriza a história e a ancestralidade do povo de Feira de Santana.”

A superintendente de Promoção Cultural da SecultBA, Lorena Teixeira, ressaltou a dimensão do programa.“O Ouro Negro na Micareta de Feira é mais do que um mecanismo de fomento. É uma política central de valorização da cultura negra no Portal do Sertão. A força da cultura reverbera em iniciativas que unem reparação racial e economia em uma festa popular.”

O músico Jailson do Reggae avaliou a mudança de data da micareta com cautela.“Toda mudança causa impacto. Torço para que dê certo, mas não fomos todos ouvidos. Como representante legal de uma banda, não fui convocado. Essa mudança não traz organização, apenas troca a data por interesses comerciais. A micareta sempre foi organizada de outubro para dezembro, não vai mudar.”

A líder cultural Lourdes Santana, que representa 23 instituições, apontou falhas na participação.“O movimento de matriz africana não foi convidado para a reunião, nem para esta do lançamento. A cultura negra de Feira precisa ser valorizada acima do que já foi. Queremos respeito, queremos estar na mesa de decisão. Além disso, o Conselho de Cultura e o de Festejo Popular, que está desativado há mais de 12 anos, precisam voltar a funcionar.”

O mestre de percussão Guda Moreno (Quixabeira da Matinha) destacou a importância do investimento, mas também levantou dúvidas sobre prazos.“É mais um ano do chamamento, o governo trazendo recursos para os blocos afro, de samba, reggae. Isso fortalece Feira. Mas a mudança de data gera dúvidas, porque o edital sai agora em outubro e a micareta só acontece em novembro de 2026. Pode criar problemas no cronograma.”

O capoeirista Mestre Paraná, integrante do bloco de capoeira, reforçou a necessidade de pensar também nos grupos locais e em suas dificuldades financeiras.“A garra vem da gente. Mas é preciso escolher datas que beneficiem o projeto. Este ano, no dia 1º de maio, não conseguimos apoio de empresas porque é muito difícil. O poder público precisa pensar em alternativas que realmente ajudem as entidades a se manterem, então precisa ser depois da primeira semana de novembro.”

Com informações: Luiz Santos 

Por: Mayara Nailanne

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