“Algumas pessoas nos tratam com ignorância e arrogância” diz Adriele Cardoso sobre trabalho de panfletagem nas sinaleiras de Feira de Santana

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

Sabemos que todo trabalho honesto é digno, porém, sabemos que algumas profissões são discriminadas, a exemplo do panfleteiro, aquela profissional que fica nas sinaleiras da cidade fazendo trabalho de divulgação de alguma marca ou produto. Adriele Cardoso Lima, 32 anos, moradora do Santo Antônio dos Prazeres, realiza esse trabalho há 10 anos, e contou ao Conectado News um pouco do seu dia a dia.

"É um trabalho digno, tranquilo, ao ar livre, é um serviço que gosto, o único problema é que algumas pessoas nos tratam com ignorância e arrogância, como se fôssemos desprezíveis, mas, gosto de trabalhar com o público, me sinto bem. Realizo esse trabalho há 10 anos, parei por um tempo, mas, fiquei desempregada e retornei".

Relação de trabalho

"Trabalho para uma agência de panfletagem e divulgação do município e também por conta própria, sempre acontece de alguém pegar o contato e me contratar para fazer um trabalho por fora. Quando o mês está bom, consigo tirar mais de um salário mínimo, agosto não foi um período bom. Já está incluso o vale transporte".

Carga Horária

"Geralmente entre 3 a 4hs meio turno, caso seja o dia inteiro, entre 1 a 2hs de almoço, trazemos a nossa comida, damos um jeitinho, procuramos um lugar para nos dar uma força, esquentar a comida. 

Dificuldades

"Ao meu ver, não é um trabalho perigoso, porém, precisamos prestar atenção, por conta do trânsito, já aconteceu por exemplo, em um momento de distração, de um carro passar por cima do meu pé, atenção com as motos que passam nos corredores".

Assédio

"Diminuiu bastante, mas ainda acontece, de passar alguém, dar uma piadinha, mas, cumprimentamos, entregamos o panfleto e vida que segue. Conheço muitas pessoas que fazem esse trabalho desde a época em que comecei, compraram casa, móveis, faculdade, fazendo panfletagem, é um trabalho digno como qualquer outro. Estou procurando sim algo melhor, algo em que me encaixe, porque o trabalho não deve ser feito apenas pela questão financeira, mas por amor, fazer o que gosta, também exerço o trabalho de animadora infantil, degustação em supermercados, ou seja, estou sempre fazendo um pouco de tudo", concluiu.