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Cantora Simone Moreno lança novo EP voltado ao público baiano

Bahia

17/06/2025 15h38 Atualizada há 3 semanas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Divulgação
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Por Luiz Santos e Hely Beltrão

A cantora baiana Simone Moreno após muitos anos atuando na Europa, volta os seus olhos novamente para o público baiano, com um novo EP (Extended Play) contendo 5 músicas. A cantora é meia irmã da intérprete baiana Sarah Jane e vive na Suécia há 24 anos. Ao Conectado News, ela contou um pouco da sua trajetória, que teve início em Feira de Santana, e sobre o novo trabalho musical. Seu estilo é uma mistura de tudo, incluindo Axé, Merengue, Forró, Samba-Reggae, Maracatu, Bossa Nova, Pop, Funk e Soul. 

Contribuição para os 40 anos da Axé music 

"As comemorações dos 40 anos da Axé Music são mais que merecidas, esse ritmo que contagia e espelha a cultura da Bahia, Axé Music, boas vibrações, boa sorte, Music, música, para internacionalizar e levar o ritmo para o mundo e foi justamente em 1980, que o produtor do trio elétrico Novos Bárbaros, Alberto Trípode me descobriu, estava participando de um show no Clube de Campo Cajueiro em Feira de Santana com a Banda Som Livre, e me convidou para ser a nova vocalista da Banda, foi assim que tudo começou".

Mistura de Ritmos

"Gravei o meu primeiro LP (Long Play) com os Novos Bárbaros em 1986, “Flor do Caribe”, juntamente com o saudoso J. Morbeck, foi uma experiência maravilhosa, é um dos meus padrinhos na música baiana, gravei também entre outros ritmos o Merengue, Samba, Forró, Frevo, depois surgiu o Samba Reggae, com o mestre Neguinho do Samba, tudo de lindo acontecendo na música baiana na década de 1980, e eu surgindo ao mesmo tempo que esses ritmos maravilhosos e que já descrevia a minha música, sempre gostei de fazer música com protesto, porque é onde o artista pode se manifestar, através de textos que levam uma mensagem, e aconteceu, no momento em que o Axé estava conquistando todo o Brasil, surgindo grandes nomes, comecei a visitar ensaios de blocos afro, no Muzenza que recebi um dos maiores presentes da minha carreira, que é a canção “A Terra Tremeu”, a partir daí não parei mais, foi uma mistura na verdade, sempre amei cantar Samba Reggae, também misturei com Axé, porque são todos ritmos baianos, muito swingados com tambores sempre presentes é algo que me emociona".

Início da Carreira Solo

"O Axé me abriu as portas do eixo Rio-São Paulo e do mundo, logo após o sucesso “A Terra Tremeu”, chegou a hora de gravar meu primeiro CD Solo em 1994, chamado “Simone Moreno”, produzido pelo maestro Saul Barbosa, trazendo um dos maiores sucessos da minha carreira, a música “Ê Moça”, composta por Beto Jamaica. Nesse swing, a carreira decolou e conquistamos o eixo Rio-São Paulo, participamos dos maiores programas da TV brasileira, encontrei todos os grandes apresentadores, diversos programas sempre propagando a nossa cultura mais do que nunca, com muito orgulho e felicidade, “Ê moça” se tornou um dos hits da minha carreira, tenho um carinho imenso por essa canção, sempre está no repertório dos meus shows, minha música sempre foi misturada, gravava Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Roberto Mendes e Jota Veloso, esse CD é um dos mais importantes da minha carreira sem dúvida. A possibilidade de gravar outros ritmos sempre me encantou, sou uma intérprete da música, amo a experiência de diferentes ritmos e estilos musicais, um exemplo disso, é que cantei um Fado (música portuguesa) para recepcionar uma comitiva portuguesa no Pelourinho, para mim, o mais importante é cantar o que me toca na alma, independente do ritmo, se tem um texto que carrega uma mensagem importante, um protesto, que fala em justiça, direitos, amor".

Gravação do segundo CD Solo

"Em 1995 comecei a produção do segundo CD Solo “Morena”, produzido pelo maestro Pepeu Gomes, que também foi uma fusão de ritmos maravilhosos, brasileiros e baianos, gravando vários compositores da MPB (Música Popular Brasileira) sem abandonar minhas raízes, sempre com alusão ao Afro, Samba Reggae e ao Axé, já fazendo uma boa mistura com músicos cariocas, tive a oportunidade de gravar com vários, canções de Chico Buarque, Moraes Moreira, Ivo Meirelles, Caetano Veloso, Gilberto Gil e outros, fazendo aquela mistura gostosa porque a música tem que ter essa mistura gostosa, sempre reverenciando minhas raízes da Bahia com todos os outros ritmos, a nossa música é uma das mais ricas desse mundo, seria uma pena não aproveitar essas ferramentas que tenho, são vários ritmos e de repente eu comecei a escrever música também quando estava no Rio com Pepeu e com outros compositores, fui muito bem recebida nas quadras das escolas de samba, tive um prazer imenso, me senti abraçada. Gravei o “Manda me Chamar”, em 1997, produzido pelo mestre Rildo Hora, o mesmo produtor do Zeca Pagodinho, “Desde que o Samba é Samba”, que também é dedicado à Bossa Nova, produzido por Roberto Menescal. Penso que não preciso ficar limitada e rotular a minha música, porque sou intérprete da música, por isso, pretendo continuar cantando vários estilos, passando, querendo ouvir, pousando em outros estilos, tendo outras experiências, isso que é a chave para mim".

Lançamento de novo EP

"Moro em Estocolmo na Suécia há 24 anos, construindo uma carreira e vivendo a cultura riquíssima desse país maravilhoso, tem uma banda super competente que já me acompanha por todos esses anos, somos uma grande família, tenho um público fiel que construí durante esses anos, tudo isso através da minha música raiz, da música brasileira e da minha música, digo minha música por que é um resultado de toda a minha experiência, tanto na Suécia quanto no Brasil, trabalhei com vários produtores da música House na Suécia, misturamos, fizemos um groove (sensação rítmica de um padrão repetitivo, muitas vezes associada à batida e à pulsação da música) com a batida afro da Bahia e a música House, com o Samba também, tenho esse público dos clubes, viajo sempre pela Escandinávia, países dos Balcãs, como Estônia, Lituânia, levando sempre a nossa música, representando a nossa cultura, me orgulha muito ser uma embaixadora da nossa cultura na Suécia. Tive que dividir minha vida e meu coração, fortalecendo e sempre mostrando, divulgando as nossas raízes, lancei três CD’s na Europa: “Samba Makossa”, “Planetas” e um CD dedicado à música clássica sueca, onde gravei clássicos suecos com vários ritmos da música brasileira, este disco é uma homenagem a Suécia, mas sempre reverenciando os nossos ritmos, essa mistura gostosa. Estes CD’s não foram voltados ao mercado brasileiro. Estou chegando no Brasil, com um novo trabalho um “novo antigo”, porque primeiro lançaremos esse EP com cinco músicas que já tinha trabalhado e gravado, mas faremos uma nova roupagem, com novas versões dessas músicas, surpresa maravilhosa, quero reencontrar o meu público baiano e brasileiro, estou chegando com muita saudade, amor e música, com o nosso swing incomparável", concluiu.

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