Por Luiz Santos e Hely Beltrão
É impossível falar sobre os 40 anos da Axé Music sem citar Jota Morbeck, artista que nos deixou aos 39 anos, em 27 de abril de 2000, durante um mergulho em Santa Cruz de Cabrália, em Porto Seguro. Morbeck é reverenciado e é referência para muitos artistas da nova geração.
Carreira
Juscelino Morbeck ou Jota Morbeck, como gostava de ser chamado, nasceu no município baiano de Ruy Barbosa em 1961. Ainda criança, se mudou com sua família para Feira de Santana, onde cresceu e descobriu sua paixão e talento pela música, onde se revelou como artista, conquistando o coração do público com seu talento único. Sucessos como “Melô do Halley”, “Ilê Birimba”, “Deboche” e “Descendo a Ladeira”, não apenas animaram multidões, mas se tornaram clássicos atemporais da música baiana.
Ao Conectado News, a irmã do músico, Joelma Morbeck, disse que mantém sempre viva a memória do irmão e que se sente muito feliz por ele ainda ser lembrado e reverenciado.
"Vejo com satisfação e gratidão por ele ter feito parte do Carnaval, e até hoje a energia dele se faz presente por conta de tudo que ele foi e fez no palco, o que ele mais gostava era atuar nos trios elétricos, para mim é uma satisfação e gratidão".
Inspiração para outros artistas
"Ele foi e continua sendo uma referência, porque a musicalidade de Jota foi muito intuitiva, era a essência dele, a música que vem de família, do meu avô e do meu pai, ele se encantou com essa forma de se expressar e cantou o que quis e entendia ser o certo, fez bem feito, por isso esse legado que até hoje muitos artistas o reverenciam, isso é bom, é importante quando os artistas atuais lembram de quem foi ele".
Lembranças
"Guardo muita coisa, Jota foi muito presente em minha vida, como irmã o acompanhei muito, nos carnavais, morei com ele uma época, que deixou para mim um grande legado no meu coração, como irmão primeiramente, foi a integridade, alegria, todo o reconhecimento que ele tinha em relação a música, ele respeitava muito a música, ele só aprendeu a fazer música, o meu coração sempre tem esse espaço para ele e toda a sua companhia, foi um grande irmão, pai, filho, amigo, claro, com seus defeitos como todo ser humano, mas, vejo e guardo o melhor dele, é um cara que na minha mente a imagem dele física é um cara bonito, de uma aura linda, Jota era pura alegria, que é um estado de Deus que todos temos e ás vezes esquecemos, mas ele, mesmo nos momentos mais desafiantes, não esquecia do que era alegria".
Sucesso Cometa Halley
"A música “Cometa Halley” consagrou o Jota, quando ele fazia parte da banda Novos Bárbaros, foi um grande sucesso, tanto no carnaval como no interior da Bahia, em Feira de Santana, foi uma música marcante, quando a Micareta ainda era na Avenida Getúlio Vargas, “Cometa Halley” explodiu junto com a música "Ilê Birimba", essa música faz com que as pessoas lembrem dele, porque o cometa passou, mas a estrela ficou, essa estrela brilha em nossos corações até hoje. Ele continua como artista, como espírito, Jota foi uma grande figura para quem teve o privilégio de conhecê-lo, pessoalmente ele era fascinante, encantador, chegava mesmo honrando o nome dele, a energia, menciono muito sobre energia porque acredito que somos energia, acredito que ele ainda será muito falado e reverenciado, não pela vaidade do ser humano, mas pela arte e o legado por ele deixado, ele passou muito pouco tempo, morreu aos 39 anos, mas soube deixar esse legado, como a alegria, dançava muito bem, com o microfone se comunicava muito bem e tinha grande respeito pelo seu público e pessoas que passaram por sua vida".
Veia artística da família Morbeck
"Minha família traz essa veia artística em todos os segmentos, meu avô foi músico em Maracás, na época tocava em uma filarmônica, meu pai, locutor musical em Ruy Barbosa, tocava violão, seu irmão que não está na área, mas toca violão, o filho de Jota, Thiago Morbeck, que faz percussão muito bem, quanto a mim, sou uma artista terapeuta, sou compositora, tenho meu trabalho no Spotify, uma música mais terapêutica, porém, sempre ligada a todos os segmentos, ou seja, é algo que está em nossa família. Quando o Jota partiu, levantei essa bandeira de dar continuidade, mesmo na minha área como artista terapeuta, mas sempre lembrando quem foi ele e dando continuidade a música que ele deixou e sempre agradecendo à imprensa por lembrar e sempre elevar o nome dele de alguma forma, meu sentimento é de gratidão por tudo que hoje estou ouvindo e presenciando, ano passado fui convidada a fazer um evento com artista de Feira de Santana, onde cantei “Melô do Halley, quando cantei até os jovens que estavam na festa gostaram da música, isso é bacana, muito legal, Jota é isso, porque ele existe ainda em alma e espírito e com certeza nesse momento agora de carnaval ele está observando e aplaudindo em outro patamar, por que a vida em espírito é diferente da nossa aqui na Terra, mas ele está de alguma forma presente", concluiu.
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