Nos últimos anos, episódios envolvendo profissionais da comunicação que se afastaram do trabalho por questões emocionais ganharam notoriedade. A jornalista baiana Jéssica Senra, por exemplo, fez uma pausa na carreira para cuidar da saúde mental. Já o apresentador Zé Eduardo relatou sintomas de esgotamento. Esses casos trouxeram à tona uma condição cada vez mais comum entre jornalistas e comunicadores: a síndrome de Burnout.
Em entrevista ao site Conectado News, a psicóloga clínica Ana Franco explicou que o Burnout é uma resposta ao estresse crônico, caracterizada por três pilares principais: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional.

"É quando o ambiente de trabalho não oferece ferramentas suficientes para que o profissional exerça suas funções de forma saudável. A pessoa acorda já se sentindo cansada, sem energia, mesmo após uma noite de sono. E isso vai se agravando", descreve Ana.
O ritmo acelerado das redações, prazos apertados e o consumo constante de notícias difíceis, como crimes, tragédias e conflitos criam um ambiente propício ao desgaste psicológico. “O jornalista está em contato com emoções intensas o tempo inteiro. Essa sobrecarga leva à chamada fadiga por compaixão, em que a pessoa se sente emocionalmente esgotada por tanto se envolver com o sofrimento alheio”, explica a psicóloga.
Além do cansaço físico e mental, a despersonalização é outro sinal clássico do Burnout. Ela se manifesta quando o profissional se torna mais frio, isolado e impaciente, mesmo com colegas de longa data. “Aquele profissional que era solícito, empático, de repente passa a responder de forma ríspida ou não responde mais. Ele se afasta das equipes, quer fazer tudo sozinho, e isso aumenta ainda mais a sobrecarga”, pontua Ana.
Já a baixa realização profissional está ligada à perda do sentido no que se faz. “Mesmo entregando o mesmo trabalho de antes, a pessoa sente que não está sendo produtiva o suficiente. Vem o sentimento de incompetência e frustração”, acrescenta.
Jornalismo e instabilidade
Para além da carga emocional, o próprio mercado da comunicação tem colaborado para o adoecimento da categoria. “O jornalismo é uma profissão repleta de incertezas. Muitos contratos são PJ, o que significa instabilidade financeira. Hoje o profissional pode estar empregado, amanhã não. Essa insegurança constante também é gatilho para ansiedade e Burnout”, ressalta a psicóloga.
Segundo Ana Franco, o primeiro passo é auto-observação. Mudanças de comportamento, dificuldade para dormir, irritabilidade e sentimento de incapacidade são sinais de alerta. “Muitos pacientes dizem: ‘Eu não era assim’. É preciso olhar para si, buscar ajuda profissional, fazer exames médicos para descartar causas físicas e, acima de tudo, respeitar os próprios limites”, aconselha.
Ela também destaca a importância de momentos offline, especialmente para profissionais da comunicação, que estão constantemente conectados e expostos à opinião pública. “A mente pede socorro antes do corpo parar. Então é necessário reservar tempo para si, para o descanso, e entender que cuidar da saúde mental não é luxo, é necessidade”, alerta.
Diferenças entre homens e mulheres
No consultório, Ana observa diferenças significativas entre os gêneros no enfrentamento da síndrome. Enquanto as mulheres sofrem pela sobrecarga de múltiplos papéis trabalho, casa, cuidados com a família, os homens tendem a negligenciar o autocuidado. “A mulher busca mais ajuda, seja psicológica ou médica. Já o homem, muitas vezes, só procura auxílio quando está no limite. Além disso, muitos associam o valor pessoal à capacidade de prover financeiramente, o que gera ainda mais pressão”, observa.
A psicóloga conclui com um apelo. “Precisamos quebrar o tabu sobre saúde mental. Falar, buscar ajuda e respeitar os sinais do corpo e da mente pode salvar vidas.”
Com informações: Luiz Santos
Por: Mayara Nailanne | Conectado News
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